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"O CORRUPTOR"
Yun-Fat quer voltar a filmar com Woo
CLÁUDIO CASTILHO
especial para a Folha, em Los Angeles
Depois de aparecer em mais de
70 filmes em Hong Kong e estrear
em Hollywood há dois anos ao lado de Mira Sorvino no violento
"Assassinos Substitutos", o
maior galã do cinema asiático,
Chow Yun-Fat, ainda não emplacou seu grande hit no Ocidente.
Apesar de tentar minimizar a
rivalidade com outro peso pesado do cinema asiático, Jackie
Chan, Yun-Fat reconhece a dianteira do protagonista da comédia
blockbuster "A Hora do Rush"
no mercado americano.
Aos 44 anos, talento e carisma
comparados ao de Bogart e Clint
Eastwood pela imprensa americana, o ator encarna em "O Corruptor", que estréia hoje no Brasil, um oficial do departamento
de polícia de Nova York encarregado de combater o crime organizado em Chinatown.
Para isso, Chan, seu personagem, se une ao jovem policial
Danny, interpretado por Mark
Wahlberg, de "Boogie Nights".
Leia a seguir trechos da entrevista de Chow-Yun Fat.
Folha - Você se sente limitado
de certa forma à imagem criada
em torno de seu nome?
Chow Yun-Fat - Como ator,
procuro cooperar com todos os
detalhes do set e também do roteiro. Faço aquilo que sei. Se você
me pedir para executar o trabalho
de um ator de kung-fu, por exemplo, o resultado será desastroso.
Vou precisar de décadas de treino
para fazer o que Jackie Chan faz
com facilidade.
Folha - Como você encara essa
rivalidade entre você e Chan?
Yun-Fat - Vejo a competição como uma coisa benéfica. Ela acaba
sempre ajudando de alguma maneira ambas as partes. Jackie chegou à América bem antes de mim.
Esteve em algumas produções
que não fizeram sucesso nos anos
70 e, na metade desta década,
lembraram-se dele novamente e
ele acabou tendo a sorte de fazer
"A Hora do Rush". Eu, em contrapartida, ainda sou um jovem
em terra desconhecida.
Folha - Como foi trabalhar
com Mark Wahlberg?
Yun-Fat - Mark é um ator e tanto. Aprendeu a falar cantonês numa rapidez invejável. Acho que o
rap o ajudou a aguçar os ouvidos.
Agora, o que me surpreendeu foi
observar como ele é uma pessoa
quieta no set. Esperava encontrar
um Mark elétrico 24 horas por
dia, mas não. Se bem que, nas horas de descanso, ele não perdia a
oportunidade de brincar comigo.
Folha - Antes mesmo de estrear em Hollywood, você já havia se tornado um ator cult,
adorado por muitos cineastas
americanos, como Quentin Tarantino e Oliver Stone. Na época
isso o surpreendeu?
Yun-Fat - Foi muito gratificante
ter o reconhecimento de tantas
pessoas talentosas. Tenho que admitir, entretanto, uma fascinação
especial que tenho por John Woo,
que para mim é um dos melhores
cineastas dos últimos tempos.
Não vejo a hora de voltarmos a
trabalhar juntos.
Temos planos de gravar o filme
"The King's Ransom" logo após
Woo termine a produção de
"Missão Impossível 2", com Tom
Cruise. Quanto ao fascínio que as
pessoas parecem ter por minha
pessoa, o que tenho a dizer é que,
na frente das câmeras, posso até
passar como um gentleman cheio
de charme, como muitos dizem,
mas na vida real eu sou o oposto
disso. Eu não presto (risos). Não
se esqueça de escrever que estou
dizendo isso de brincadeira...
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