São Paulo, Sexta-feira, 30 de Julho de 1999
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MUNDO DE BACO
Nova importadora frutifica safra neozelandesa

JORGE CARRARA
Colunista da Folha

Com uma degustação realizada no restaurante Parigi na segunda passada, uma nova importadora estreou na cidade: a Premium. Criada por Rodrigo Fonseca, chef-sommelier e proprietário do restaurante Taste-vin, de Belo Horizonte, e Orlando Rodrigues, um empresário dedicado a construção civil, a firma inicia suas atividades com estoque dedicado aos vinhos da Nova Zelândia, um item até hoje raro por aqui.
O painel apresentado na prova contou com tintos, com destaque para os Pinot Noir, e brancos, entre os quais sobressaíram os Sauvignon Blanc, variedade francesa que ajudou a colocar as duas ilhas que formam o país, encravadas no sul do Pacífico, a 2.000 quilômetros da Austrália, no mapa dos vinhos finos do planeta.
Na ala rubra, os exemplares da Ata Rangi impressionaram bem. O Pinot Noir Young Vines 97, é um vinho de aroma e sabor frutado, típico dessa variedade oriunda da Borgonha, equilibrado e agradável. Mais complexo, o Pinot Noir 97 tem paladar longo marcado por frutas vermelhas e certo defumado atraente, boa textura e concentração.
No departamento dos brancos, os Sauvignon Blanc se mostraram bem frutados, com aromas típicos dessa cepa (e relação preço-qualidade bastante atraente). Entre eles, o Grove Mill 98 agradou pelo perfume de frutas tropicais e paladar nervoso, com boa acidez. Mais concentrado, o Jackson mostrou aroma intenso, marcado por maracujá e leve toque de goiaba e melão, também presente no sabor, rico e persistente.
Os dois da Hunter's -uma vinícola fundada em 1980, pioneira nessa cepa na Nova Zelândia-, o Sauvignon Blanc 98 e o Sauvignon Blanc Oak Aged 98, também tiveram boa performance. Aliás, tanto eles quanto o Jackson superam muitos dos renomados (e bem mais caros) Sauvignons franceses do Vale do Loire.
O Hunter's 98 é outro vinho de aroma marcante, carregado de fruta (novamente o típico maracujá, que aparece acompanhado de pêssego e pêra), paladar redondo e sabor longo igualmente dominado pela fruta.
O Oak Aged 97, único dos brancos envelhecido em tonéis de carvalho, exibiu personalidade diferente. A fruta não aparece com a mesma intensidade que na versão sem madeira, mas a passagem por barril compensa a perda, dando-lhe certa complexidade. Baunilha, mel e um toque de coco aparecem junto à fruta tanto no aroma quanto no sabor, dando forma a um paladar amplo e equilibrado.

SBAV
A Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho (tel. 0/xx/11/814-7905) coloca em cena, em agosto, um variado programa de cursos e degustações. Dia 3 começa o Curso de Vinhos Franceses. Nas aulas, serão abordadas as características das áreas vinícolas gaulesas (como Champagne e Bordeaux) e degustados vinhos de cada região. Dia 19 será a vez dos goles do Chile.

Borbulhas
Não há dúvida de que a serra gaúcha é fonte de bons espumantes. O Casa Valduga 98 já pode ser encontrado na cidade. Elaborado com uvas Chardonnay, o espumante apresenta bom corpo e textura e agradável aroma frutado. Pode ser encontrado, por R$ 15,09, no Emporium São Paulo (r. Afonso Brás, 431, telefone 0/xx/ 11/866-6336).


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