São Paulo, Sexta-feira, 30 de Julho de 1999
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MODA
Revista publicada pelo Fashion Institute of Technology de Nova York trata o tema de forma acadêmica
Revista traduz o mundo "fashion"

TARCÍSIO D'ALMEIDA
especial para a Folha

O Fashion Institute of Technology (FIT), de Nova York, saiu na frente.
Lançou, em março de 1997, "Fashion Theory: The Journal of Dress, Body & Culture" (Teoria da Moda: Jornal do Vestuário, Corpo & Cultura), a primeira revista que trata a moda pelo prisma -e com o rigor- acadêmico.
Editada pela pesquisadora Valerie Steele, curadora do Museu do FIT, a revista entrou no seu terceiro ano consecutivo no mês de março passado.
Tem quatro números por ano e é distribuída internacionalmente pela Berg Publishers, de Oxford.
A revista é o resultado da primeira experiência de publicação acadêmica que toma a moda como objeto de estudo. É essencial para quem faz pesquisa e quer ficar sintonizado com as "tendências científicas" internacionais em moda.
A publicação quebra o preconceito dos acadêmicos em relação ao tema ao combinar qualidade de texto com um projeto gráfico bem elaborado e já está se tornando uma referência internacional na leitura crítico-teórica da moda.
"Fashion Theory" conta ainda com outros nomes bastante conhecidos no cenário mundial quando o assunto é literatura sobre moda. Elizabeth Wilson ("Enfeitada de Sonhos", Ed. Martins Fontes), da University of North London, e Richard Martin ("Fashion and Surrealism", Thames and Hudson), do Metropolitan Museum of Art de Nova York, são dois dos 17 estudiosos responsáveis pelo conselho editorial da revista.
A revista faz de sua própria definição de moda a construção cultural de uma identidade. Busca assim, fornecer subsídios para um fórum internacional e interdisciplinar para análises do fenômeno cultural.
"Todos os artigos buscam sólida opinião teórica e são baseados em pesquisas originais", esclarece a publicação em seu expediente.
A revista já é um sucesso editorial. Seu número de lançamento (que traz na capa as top models Linda Evangelista, Naomi Campbell e Christy Turlington) teve de ser reimpresso três vezes, confundindo as expectativas dos teóricos e dos próprios historiadores da moda. Os dois primeiros números também já estão esgotados. A publicação conseguiu ainda fazer com que a Berg Publishers imprimisse cerca de 3.000 exemplares por edição. Além disso, as assinaturas anuais já atingiram a marca de 850 leitores.
"Fashion Theory" dedica também uma edição completa por ano sobre um tema específico. No primeiro desses números especiais o assunto foi "Cabelo", com artigos sobre o estilo afro, as estéticas dos estilos de cabelos das mulheres na França e o "bob" (acessório para enrolar cabelo) na cultura chinesa moderna.
No segundo número especial, "Metodologia", os autores discutem como as metodologias de suas disciplinas enriquecem os estudos do vestuário e da moda.
"Mulheres e a Veia Feminina do Tatoo", "Underwear", "Moda, Travestismo e Gênero", "Moda & Erotismo" e a estilista Elsa Schiaparelli são os temas para as edições deste ano.


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