São Paulo, segunda-feira, 30 de agosto de 2004
 |
 |
|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ERUDITO Violinista alemão, tocando Piazzolla, e conjunto suíço, com Jolivet e Mendelssohn, se apresentam hoje e amanhã Kremer e Cordas de Lucerna "disputam" concertos em SP
JOÃO BATISTA NATALI DA REPORTAGEM LOCAL Duas belas coincidências: a Sociedade de Cultura Artística e o Mozarteum Brasileiro, que promovem as principais temporadas eruditas em São Paulo com músicos estrangeiros, têm concertos hoje e amanhã. E, nos dois casos, a ênfase é para o repertório de instrumentos de cordas. O Mozarteum traz o violinista Gidon Kremer, 57, nascido na Letônia e naturalizado alemão, num programa basicamente formado por Johann Sebastian Bach (1685-1750) e Astor Piazzolla (1921-1992). As duas récitas serão no Teatro Municipal. No caso do Cultura Artística, seu teatro acolhe os músicos suíços da Festival de Cordas de Lucerna, sob a regência do maestro alemão Achim Fiedler. Eles trazem compositores dos séculos 18 ao 20, como Carl Philipp Emanuel Bach (filho de Johann Sebastian), Mozart, Mendelssohn, Jolivet, Honegger, Chostakovich e Gaudibert. Kremer, um músico que se apresenta freqüentemente no Brasil e que já gravou Piazzolla ("Tracing Astor", de 2001, é o melhor exemplo), afirmou à Folha que não vê no compositor argentino "apenas alguém que escreveu tangos". Piazzolla foi na verdade um autor com sofisticadíssima construções polifônicas que o aproximam de Bach, a quem Kremer considera "quase como alguém que veio de outro planeta", tamanhas a perfeição e as emoções que desperta. Não se trata, a seu ver, de justapor Bach e Piazzolla, mas de "trabalhar com as múltiplas conexões existentes entre as músicas que eles escreveram". Gidon Kremer se apresenta com um instrumento Guarnerius de 1730, e terá como parceiros de palco Andrii Pushkarov (vibrafone) e Andrius Zlabys (piano). Refinamento e sutileza Vejamos a orquestra de Lucerna. Ela está sob a direção de Fiedler desde 1986. Seu antecessor, por 30 anos, foi o maestro suíço Rudolf Baugartner (1917-2002), um dos mestres do refinamento e da sutileza musical. É a cultura que o conjunto ainda transporta. Fiedler disse à Folha ter montado um programa no qual os séculos 18 e 19 são reconhecíveis, e o século 20 é compreensível ao público. "Jolivet tem um perfil semelhante ao de Bartók, pois não é um simples neo-romântico ou complexo como os atonais." O solista da Lucerna será o flautista francês Mathieu Dufour. FESTIVAL DE CORDAS DE LUCERNA. Onde: Teatro de Cultura Artística (r. Nestor Pestana, 196, região central, São Paulo, tel. 0/xx/11/3258-3344). Quando: hoje e amanhã, às 22h. Quanto: de R$ 90 a R$ 170 (R$ 10 para estudantes, meia hora antes do espetáculo). Patrocinadores: Instituto Safra, Bovespa, Telefônica, CBLC, Votorantim. GIDON KREMER. Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nš, região central, São Paulo, tel. 0/xx/11/ 222-8698. Quando: hoje e amanhã, às 21h. Quanto: de R$ 50 a R$ 180. Patrocinadores: Santista Têxtil, Votorantim, Siemens. Texto Anterior: Literatura: Ilustrações de Goeldi inspiram lançamento de coleção pocket Próximo Texto: Evento: "Diálogos Impertinentes" discute a "exclusão" Índice |
|
|
