São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2006

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Em show no Memorial, Spok faz frevo de gala com Jazz Sinfônica

Saxofonista e sua orquestra devem assinar contrato com a Biscoito Fino

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Certa vez, anos atrás, o saxofonista pernambucano Spok -convidado de hoje da Orquestra Jazz Sinfônica, em show no Memorial da América Latina- estava em pleno carnaval de Olinda, a caminho do bloco onde tocaria. Passou em frente a um carro de som e ouviu algo que o encantou. Era um solo de Felinho -Félix Lins de Albuquerque, lendário músico de frevo das décadas de 40 a 60. Ali ficou Spok, se atrasando pro seu próprio bloco, pedindo para o carro repetir a música vezes seguidas.
Estava plantada a semente do que viria a ser a fantástica SpokFrevo Orquestra, com cerca de 20 músicos e abordagem séria da acelerada música de rua do Recife. "O frevo foi feito pro povo dançar, então nas ruas a folia vem primeiro", explica ele. "Mas a música é tão maravilhosa que a gente quer colocá-la no palco e cuidar dela. A gente pegou esse frevo e colocou a liberdade dos músicos."
Prestes a assinar com a gravadora Biscoito Fino (que planeja relançar o primeiro disco da Orquestra e gravar um novo), a Orquestra é de impressionar. No ano passado, foi um dos destaques do Tim Festival. Mas a distância entre os ritmos americanos e o frevo ainda é grande. "Se você quer aprender uma escala de blues, tem 20 mil livros. Se quer saber tocar o frevo, não tem nem um. A gente não pode esquecer a forma de tocar dos mestres."
Hoje à noite, acompanhado de orquestra de mais de 80 músicos, Spok realiza um pouco mais de seu sonho. Música de festa, em arranjo de gala. "Eu sou acostumado a tocar frevo só no carnaval, por vários anos da minha vida. Fico muito feliz hoje de trabalhar com frevo todos os dias do ano", diz ele.


SPOK E ORQUESTRA JAZZ SINFÔNICA
Quando:
hoje, às 21h
Onde: Memorial da América Latina (av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, tel. 0/xx/11/3823-4768)
Quanto: R$ 30


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