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Em show no Memorial, Spok faz frevo de gala com Jazz Sinfônica
Saxofonista e sua orquestra devem assinar contrato com a Biscoito Fino
RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Certa vez, anos atrás, o saxofonista pernambucano Spok
-convidado de hoje da Orquestra Jazz Sinfônica, em show no
Memorial da América Latina-
estava em pleno carnaval de
Olinda, a caminho do bloco onde tocaria. Passou em frente a
um carro de som e ouviu algo
que o encantou. Era um solo de
Felinho -Félix Lins de Albuquerque, lendário músico de
frevo das décadas de 40 a 60. Ali
ficou Spok, se atrasando pro
seu próprio bloco, pedindo para o carro repetir a música vezes seguidas.
Estava plantada a semente
do que viria a ser a fantástica
SpokFrevo Orquestra, com cerca de 20 músicos e abordagem
séria da acelerada música de
rua do Recife. "O frevo foi feito
pro povo dançar, então nas ruas
a folia vem primeiro", explica
ele. "Mas a música é tão maravilhosa que a gente quer colocá-la no palco e cuidar dela. A gente pegou esse frevo e colocou a
liberdade dos músicos."
Prestes a assinar com a gravadora Biscoito Fino (que planeja relançar o primeiro disco
da Orquestra e gravar um novo), a Orquestra é de impressionar. No ano passado, foi um dos
destaques do Tim Festival. Mas
a distância entre os ritmos
americanos e o frevo ainda é
grande. "Se você quer aprender
uma escala de blues, tem 20 mil
livros. Se quer saber tocar o frevo, não tem nem um. A gente
não pode esquecer a forma de
tocar dos mestres."
Hoje à noite, acompanhado
de orquestra de mais de 80 músicos, Spok realiza um pouco
mais de seu sonho. Música de
festa, em arranjo de gala. "Eu
sou acostumado a tocar frevo
só no carnaval, por vários anos
da minha vida. Fico muito feliz
hoje de trabalhar com frevo todos os dias do ano", diz ele.
SPOK E ORQUESTRA JAZZ SINFÔNICA
Quando: hoje, às 21h
Onde: Memorial da América Latina
(av. Auro Soares de Moura Andrade,
664, tel. 0/xx/11/3823-4768)
Quanto: R$ 30
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