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PATRIMÔNIO
Um dos mais tradicionais cinemas da cidade será dividido em seis salas
Marabá reestréia no ano 2000
CRISTIAN AVELLO CANCINO
free-lance para a Folha
O tradicional Cine Marabá,
inaugurado em maio de 45 com o
melodrama de guerra "Desde que
Partiste", terá suas poltronas arrancadas, o assoalho despregado
e os cupins eliminados para que
surjam, no final do ano 2000, seis
novas salas de exibição com som
digital, projeção de alta-fidelidade
para filmes arrasa-quarteirões,
poltronas estofadas, doçaria etc.
O projeto é do arquiteto Ruy
Ohtake; o investimento está sendo bancado pela empresa proprietária do cinema, a PlayArte; e
o proveito, ao que parece, será da
região central, que, por meio de
iniciativas isoladas, vai aos poucos revertendo o processo de deterioração e decadência que enfrenta desde a década de 60.
"Há projetos que mostram mudanças na utilização da região
central. Tudo indica que, futuramente, o centro deverá voltar suas
atividades para a prestação de serviços, para o lazer", acredita o arquiteto.
Para ele, a modernização do
Marabá poderá aumentar a frequência de público dos cinemas
que restaram na região. Desconsiderando as salas com programação pornô, de acordo com a Associação Viva o Centro, sobraram
apenas três cinemas "corretos":
Olido, Marabá e Ipiranga.
Ultimamente, a trinca padece
dos mesmos problemas: a deterioração e a ausência de público.
O conjunto registra média diária
de ocupação aquém de 20% da lotação total. A PlayArte pretende
reverter o malogro investindo
US$ 3 milhões no Marabá, a
maior das três salas.
Um detalhe importante sobre o
projeto: "A fachada do cinema
não sofrerá alterações, para preservar o tipo de arquitetura que
há, ou melhor, que houve na região", explica Ohtake. Outra boa
notícia é que no saguão do cinema haverá painéis com fotografias antigas do centro, principalmente da avenida Ipiranga e da
praça da República, onde fica o
Marabá.
A mesma idéia vai ser aproveitada nos cines Liberty e Bristol,
que ficam na avenida Paulista e
passam por uma ampliação também aos cuidados de Ruy Ohtake.
De acordo com o vice-presidente
do grupo PlayArte, Otelo Bettin
Coltro, US$ 5 milhões estão sendo
gastos na divisão dessas duas salas em dez, com capacidade, cada
uma, para 200 pessoas. As primeiras três salas serão inauguradas
em janeiro do ano que vem.
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