free-lance para a Folha

Um grupo de jovens artistas resolveu explorar o que vê de mais contemporâneo na arte e dispensou o aval do circuito institucional para isso. Armou uma exposição em um ateliê no centro de São Paulo de refinada proposta conceitual.
Desde o título, "Corpó", que brinca com a efemeridade do corpo (que ao pó retorna cedo ou tarde), até os trabalhos apresentados, de baixa materialidade, a mostra discute a corporeidade da arte.
Augusto Citrangulo revestiu as duas janelas da antiga fábrica onde funciona o ateliê com um painel que reproduz olhos humanos. O artista subverte a sensação do homem diante de maquetes transformando o local e as pessoas na própria maquete.
Ana Paula Oliveira, Christina Morais, Eduardo Verderame e Luciana Costa são os outros artistas da mostra. Segundo seu curador, Túlio Tavares, ela não é uma mera coletiva, "porque os trabalhos se contaminam". "A abertura vai ser no escuro, com música e performance, de modo que a obra exista apenas durante esse período, mais um elemento a traduzir a transitoriedade da arte." (JMo)