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COLEÇÃO FOLHA
CD traz música incidental para "Sonhos de uma Noite de Verão"
Volume destaca obra-prima do alemão Mendelssohn
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Neste domingo, a Coleção Folha de Música Clássica reúne duas
obras-primas de um compositor
cuja precocidade foi comparada à
de Mozart. A Royal Philharmonic
Orchestra toca o "Concerto para
violino em mi menor" e a música
incidental para "Sonhos de uma
Noite de Verão", de Felix Mendelssohn-Bartholdy.
De origem judaica, a família
Mendelssohn teve destaque na intelectualidade alemã do século 18.
Moses, avô do compositor, foi um
respeitado filósofo do iluminismo, cujo filho, Abraham, atuou
como banqueiro. Este se converteu ao cristianismo, incorporando Bartholdy ao sobrenome e batizando seus filhos, entre os quais,
Felix, nascido em Hamburgo, em
1809, e morto em Leipzig, em
1847. Menino-prodígio, Mendelssohn começou a compor aos 11
anos e teve uma prolífica adolescência musical. Até os 14 anos, escreveu 13 sinfonias para cordas e,
aos 17, realizou sua primeira
obra-prima, a abertura "Sonhos
de uma Noite de Verão", inspirada na peça de Shakespeare.
Já adulto, na década de 1840,
Mendelssohn foi incumbido de
compor a música para a montagem de peças teatrais na corte do
rei Frederico Guilherme 4º, da
Prússia. Entre os espetáculos escolhidos, estava "Sonhos...", em
cuja trilha ele não apenas aproveitou a abertura escrita na juventude, como ainda incluiu uma série
de números novos -entre os
quais, uma marcha nupcial que se
tornou um dos itens mais pedidos
nas cerimônias de casamento.
Cosmopolita, intelectualizado e
poliglota, Mendelssohn regeu, em
1829, uma execução da então esquecida "Paixão Segundo São
Mateus", de Bach, iniciando o
movimento de resgate das obras
do mestre do barroco germânico.
Obteve destaque à frente da Orquestra da Gewandhaus de Leipzig, uma das melhores da Alemanha. A Gewandhaus estreou, entre outras obras de Mendelssohn,
seu enérgico "Concerto para violino em mi menor", pedra de toque no repertório de todo virtuose do instrumento.
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