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Público diz que quer mais música e menos conversa
LUÍS PEREZ
da Redação
Mais música, menos conversa.
Programação educativa, cultural,
mas sem chatice. Nas ruas, as pessoas ou adoram ou odeiam a programação vespertina da Globo e
do SBT aos domingos.
Existe, nas pessoas ouvidas pela
Folha, uma "sede de cultura",
mas poucos têm sugestões criativas de como passar conhecimento
de uma forma mais interessante.
A idéia que mais se aproxima da
proposta é promover gincanas
com perguntas e respostas. É a opinião da estudante Michelle Onuki,
17. "Com um 'game' assim, eu assistiria ao programa do Gugu",
diz a estudante, que vai prestar
vestibular para medicina.
Para ela, a apresentação de quadros como o "Sushi Erótico", em
que o prato japonês foi servido sobre mulheres nuas, é "sensacionalista demais".
"Deveria ter menos pornografia", diz Thaís Velasques, 18, estudante de publicidade. Para sintonizar no Faustão ou no Gugu, ela
gostaria de mais cantores de MPB.
Mais música também é a sugestão de Gisela Aparecida Clemente,
26, copeira do banco Triângulo.
"É muita brincadeira de artistas
no palco. Deveria haver mais música e gincanas com pessoas normais", reivindica.
Na opinião da copeira, duas coisas atraem mais a audiência para o
"Domingo Legal": "O Gugu
emociona, parece mais verdadeiro
do que o Faustão. Além disso, no
Gugu as reportagens explicam melhor as coisas".
Ela também é contra o apelo ao
sexo. "Do quadro da banheira as
crianças gostam porque é engraçado. Na Globo, passam mais pelo
lado da sacanagem."
Não faltam os que querem isso
mesmo. "Deveria ter mais mulher
pelada", afirma Richard Rodrigues, 19, barman.
Mais radicais, os primos Eduardo Casanova, 57, e Maria Helena
Brotas, 64, dizem que só sintonizariam na Globo ou no SBT no domingo à tarde se os dois programas fossem tirados do ar.
"Sou a favor de tirar os dois",
diz Casanova. Mas para colocar
uma programação mais progressista e criativa", discursa. Como?
Ninguém soube dizer.
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