São Paulo, quinta, 30 de outubro de 1997.




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Público diz que quer mais música e menos conversa

LUÍS PEREZ
da Redação

Mais música, menos conversa. Programação educativa, cultural, mas sem chatice. Nas ruas, as pessoas ou adoram ou odeiam a programação vespertina da Globo e do SBT aos domingos.
Existe, nas pessoas ouvidas pela Folha, uma "sede de cultura", mas poucos têm sugestões criativas de como passar conhecimento de uma forma mais interessante.
A idéia que mais se aproxima da proposta é promover gincanas com perguntas e respostas. É a opinião da estudante Michelle Onuki, 17. "Com um 'game' assim, eu assistiria ao programa do Gugu", diz a estudante, que vai prestar vestibular para medicina.
Para ela, a apresentação de quadros como o "Sushi Erótico", em que o prato japonês foi servido sobre mulheres nuas, é "sensacionalista demais".
"Deveria ter menos pornografia", diz Thaís Velasques, 18, estudante de publicidade. Para sintonizar no Faustão ou no Gugu, ela gostaria de mais cantores de MPB.
Mais música também é a sugestão de Gisela Aparecida Clemente, 26, copeira do banco Triângulo. "É muita brincadeira de artistas no palco. Deveria haver mais música e gincanas com pessoas normais", reivindica.
Na opinião da copeira, duas coisas atraem mais a audiência para o "Domingo Legal": "O Gugu emociona, parece mais verdadeiro do que o Faustão. Além disso, no Gugu as reportagens explicam melhor as coisas".
Ela também é contra o apelo ao sexo. "Do quadro da banheira as crianças gostam porque é engraçado. Na Globo, passam mais pelo lado da sacanagem."
Não faltam os que querem isso mesmo. "Deveria ter mais mulher pelada", afirma Richard Rodrigues, 19, barman.
Mais radicais, os primos Eduardo Casanova, 57, e Maria Helena Brotas, 64, dizem que só sintonizariam na Globo ou no SBT no domingo à tarde se os dois programas fossem tirados do ar.
"Sou a favor de tirar os dois", diz Casanova. Mas para colocar uma programação mais progressista e criativa", discursa. Como? Ninguém soube dizer.



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