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Crítica
Filme futurista se aproxima dos velhos faroestes
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Uma transferência de prisioneiro é questão central de
"Fantasmas de Marte" (Universal Channel, 1h), ficção
científica em que já se detectaram semelhanças com o faroeste "Rio Bravo - Onde Começa o Inferno", de Howard
Hawks.
À parte o faroeste remeter ao
passado e a ficção científica ao
futuro, temos aí dois gêneros
próximos, ambos construídos
em torno da ocupação de espaços. No filme de John Carpenter trata-se de Marte, portanto
daquela paisagem de uma aridez que poucos faroestes aspiraram representar. E estamos
no ano dois mil cento e cacetada, quando, a rigor, qualquer
coisa é viável.
Mas o mal-estar presente em
cena nada tem de um futuro incerto. É do presente que se trata. E da ficção científica, Carpenter evolui -após agitar
quase todos os gêneros cinematográficos existentes- para
o terror.
Alguns continuam pensando
no século 22 ou 23. Mas o seu
terror é mesmo do presente.
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