especial para a Folha

"Nós Que Aqui Estamos, por Vós Esperamos" é um desses sucessos inesperados, que nem diretor e produtor sabem bem o porquê. O filme de Marcelo Masagão passa hoje, às 22h, na GNT.
Talvez por ser um filme sobre história, talvez pelas belíssimas imagens de arquivo com as quais foi elaborado, talvez pelo (falso) didatismo em que é fundado, "Nós Que Aqui Estamos..." é um modelo de utilização de imagens.
O cinema é a arte que, antes de mostrar uma imagem, a manipula na decupagem. O filme de Masagão utiliza imagens reais, muitas delas históricas e reconhecíveis, para falar sobre os anônimos que morreram e se entediaram com a vida. Seus nomes são fictícios, saídos do punho do diretor.
Há belíssimas sequências, como a de Fred Astaire "competindo" com Garrincha. Ou a do homem saltando da torre Eiffel junto à explosão da Challenger. Várias de filmes e de guerras. Todos os "protagonistas" tentando o realismo do cinema verdade, fazendo parte de uma história francamente fictícia, mas fantasiada de verdade registrada nos livros.
Mas não há espetáculo maior em "Nós Que Aqui Estamos..." do que sua feitura. Masagão o montou, adulterou suas imagens, o legendou, tudo isso num computador PC, no escritório de sua casa. Imagens impecáveis mostram o poder -cinema- que teve em suas mãos. (PSL)


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