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MODA
Em meio à crise fashion mundial, marca italiana que inovou a publicidade abre primeira filial na América do Sul
Diesel chega para "envolver" brasileiros
COLUNISTA DA FOLHA
A febre Diesel chega ao Brasil. A
marca italiana que faz de um diferenciado jeanswear seu cartão de
visita acaba de aportar no país,
mais exatamente na esquina da
Oscar Freire com a Consolação,
em São Paulo. Abriu suas portas
na última terça-feira, apoiada
num tripé formado por números
que crescem em meio à crise global da moda, numa premiada,
criativa e original forma de publicidade, e por uma política de relacionamento e cumplicidade com
seu público.
Com 25 anos de idade, a Diesel
vendeu US$ 500 milhões em 2001,
35% a mais do que no ano passado, e triplicou o número de itens
por coleção -diminuindo o número de peças de cada um. Também neste ano abriu 27 lojas, sete
delas nos Estados Unidos, onde
abalou a gigantesca Gap (que enfrenta declínio em vendas).
A marca teve agilidade para, logo após 11 de setembro, trocar o
slogan de sua campanha, "save
yourself" (salve-se), para "stay
young" (permaneça jovem). Na
época, "preso" numa base militar
no Canadá por quatro dias, o "capo" Renzo Rosso achou que não
pegava bem para os novos tempos. Mais uma vez, acertou.
"Diesel é um estado de espírito,
é um estilo de vida, não tem limites", define Rosso, em entrevista.
(ERIKA PALOMINO)
Folha - O que o Brasil pode
acrescentar ao universo Diesel?
Renzo Rosso - O Brasil sempre
foi um dos meus maiores sonhos.
Não somente é um dos maiores
países do mundo, mas também
um dos mais conscientes em relação à moda. Brasileiros têm muito
bom gosto, muitos estilistas em
ascensão e uma bem informada
mídia fashion.
Folha - Você considera o Brasil
um ponto estratégico para a internacionalização da marca?
Rosso - Não acredito na Diesel
como uma empresa ou marca
globalizada. Para mim, Diesel é
uma maneira de expressar sua
própria personalidade e estou
animado com a idéia de ter jovens
brasileiros na empresa.
Folha - Fale um pouco a respeito
dos padrões de publicidade instalados pela Diesel.
Rosso - Como disse Phil Knight,
da Nike: "Existe publicidade antes
e depois da Diesel". Quebramos
muitos dos preestabelecidos conceitos, como "não deboche do
próprio produto" ou "use uma
linguagem que todos possam entender". Quebrar tais conceitos
fez a nossa força. A publicidade da
Diesel não é "você tem que comprar isso ou aquilo". Contamos
aos espectadores uma história engraçada, tentamos envolvê-los
nela e, se conseguirmos, talvez
eles fiquem curiosos para saber
mais sobre nossos produtos.
Folha - A Diesel foi diretamente
afetada pelos ataques de 11 de setembro. Fale um pouco sobre a sua
experiência pessoal nesses acontecimentos e de como eles afetaram
o cenário global da moda.
Rosso - Em 11 de setembro, eu
estava em um avião em Nova
York, onde na noite passada havíamos organizado um grande
evento lotado com VIPs para celebrar a inauguração de nossa nova
loja em Union Square (Manhattan). Quando o atentado aconteceu, eu tinha saído há 45 minutos.
Meu vôo pousou no Canadá, onde por quatro dias fiquei preso
numa base militar, longe de todo
o estresse. Pessoalmente acredito
que já tivemos o suficiente de luxo
e ostentação.
Folha - Sua marca usa o jeans como carro-chefe. Qual peça você
considera mais inovadora dentro
do universo Diesel?
Rosso - Todas! A cada estação,
experimentamos e desenvolvemos novos modelos, novas lavagens, novas idéias. Nunca paramos, sempre buscamos algo novo, nunca feito.
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