São Paulo, terça-feira, 30 de novembro de 2004

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FILMES

Vivendo um Conto de Fadas
Globo, 15h45.
  
(If the Shoe Fits). EUA, 1990. Direção: Tom Clegg. Com Rob Lowe, Jennifer Grey. Grey é a garota que desenha sapatos para um estilista e sonha ter suas criações reconhecidas no mundo da moda. Não só, quer também um certo "reconhecimento" do chefe, nesta versão moderna de Cinderela que conta com o canastra (e decadente) Rob Lowe como o príncipe encantado. O humor segura bem as pontas.

Pior É Impossível
SBT, 22h30.
 
(Double Take). EUA, 2001, 88 min. Direção: George Gallo. Com Eddie Griffin, Orlando Jones. Gerente de banco interfere em transação suspeita e passa a ser perseguido por organização criminosa. Comédia de ação.

Intercine
Globo, 1h25.

O espectador tem como opções desta terça a comédia "1941 - Um Guerra Muito Louca" (1979, de Steven Spielberg, com Dan Aykroyd, John Belushi) e o drama "Cassino" (1995, de Martin Scorsese, com Robert de Niro, Sharon Stone).

Annie
SBT, 2h40.
  
EUA, 1999, 90 min. Direção: Rob Marshall. Com Kathy Bates, Alan Cumming. Musical para TV que adapta peça da Broadway e tem direção de Marshall, que ganharia o Oscar com o tolo "Chicago". Annie é a garota rebelde que vive em um orfanato e um belo dia recebe convite para passar duas semanas com um milionário. Somente para São Paulo.

A Volta da Montanha Enfeitiçada
SBT, 4h15.
  
(Return from Witch Mountain). EUA, 1978, 90 min. Direção: John Hough. Com Christopher Lee, Bette Davis, Ike Eisenmann. Irmãos extraterrestres capturam garoto com fantástico poder mental, a fim de usá-lo em favor de seus próprios objetivos. Lee e Bette Davis seguram a onde, em filme da Disney fora de horário. Somente para São Paulo. (PAULO SANTOS LIMA)

Retrato do pesadelo urbano

PAULO SANTOS LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

"Por um Fio" (Telecine Premium, 19h05) começa com uma câmera na rua que filma Colin Farrell falando ao celular, em Nova York, calçadas apinhadas de gente. Há um frescor nesse trânsito humano que remete à idéia de país da liberdade, triunfo democrático que permite às pessoas gozarem a vida pelas ruas.
Uma balela, claro, e o filme logo desmantela esse centro de lazer quando o rapaz troca o celular pela cabine telefônica. Ele fica à mercê de um psicopata que o tem na mira. Como um deus, ele quer colocá-lo à prova. Arrogante, este azarado será outro após o cárcere? Pois esse franco-atirador louco (e há tantos em Nova York, a começar pelas câmeras escondidas) esclarece que a democracia americana é pura retórica, e estamos, mesmo, é num país sitiado e assombroso.

DOCUMENTÁRIO

Filme retrata miséria dos poetas do cordel

LUCIANA ARAUJO
DA REDAÇÃO

Gente simples, praças, feiras, viola, pandeiro, rabeca. "Nordeste: Cordel, Repente e Canção" (1975), de Tânia Quaresma, com trilha sonora de Zé Ramalho, exibido no Canal Brasil, registra por meio de personagens, cenários e música cenas que colocam lado a lado a riqueza e a miséria que envolvem algumas das mais tradicionais manifestações populares.
Filmado no interior da Paraíba e de Pernambuco, o documentário conta a trajetória da "poesia matuta", mais tarde chamada também de literatura de cordel. Manifestação assim batizada pelo fato de os folhetos onde são impressas as poesias ficarem pendurados em barbante (cordão) nas feiras.
Nas vozes dos artistas, ouvimos os "causos" das origens dessa arte com o poeta paraibano Leandro Gomes de Barros (1865-1918), passando pelo modo como são impressos os folhetos -montagem das letras que formam os versos em chapas de ferro, o entalhe da xilogravura-, pela figura do construtor dos instrumentos, pelos mitos, desafios e provérbios presentes nas canções e repentes, até sua divulgação e venda em rádios e espaços públicos.
A certa altura, para quem já ouviu o disco "O Dia em que Faremos Contato" (97), de Lenine, fica a sensação de "já ouvi isso antes". Está ali, só que "com imagens", a participação da dupla de emboladores Castanha e Caju, ainda meninos, que aparece em "A Ponte", faixa de abertura do álbum.
A beleza das falas desses homens e mulheres que escrevem e cantam histórias de príncipes e princesas, dos reinos de Deus e do Diabo, não deixa de se chocar com a pobreza em que vivem. Um do entrevistados diz que em suas composições seus parentes são sempre duques e duquesas, ao mesmo tempo em que a câmera foca a casa humilde cheia de crianças. Para ele, cordel é cordão, no qual o poeta vem "se enforcando, passando misérias".


NORDESTE: CORDEL, REPENTE E CANÇÃO. Quando: hoje, às 23h39, amanhã, às 14h, e no dia 5, às 16h30, no Canal Brasil.


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