São Paulo, domingo, 30 de dezembro de 2001 |
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MÚSICA Cantora carioca sofreu três paradas cardíacas e havia sido internada no início da tarde de ontem em uma clínica Cássia Eller morre aos 39 anos no Rio
DA SUCURSAL DO RIO A cantora Cássia Eller morreu aos 39 anos, ontem, às 19h05, após sofrer três paradas cardíacas. Ela havia sido internada às 13h na clínica Santa Maria, em Laranjeiras (zona sul do Rio). O boletim médico, assinado pelo diretor da clínica, Gedalias Heringer Filho, e divulgado após a morte da cantora, informa que Cássia Rejane Eller chegou à clínica "com quadro de desorientação e agitação, tendo evoluído rapidamente para depressão respiratória e parada cardiorrespiratória". De acordo com informações extra-oficiais, a morte teria sido consequência de intoxicação exógena, o que significaria consumo em excesso de algum tipo de droga. Essa informação não havia sido confirmada pela clínica até o encerramento desta edição. O caso está sendo investigado pela 10ª DP (Delegacia de Polícia) de Botafogo. O delegado Gláucio de Souza Santos determinou que o corpo seja necropsiado pelo IML (Instituto Médico Legal) para determinar a causa da morte. Em entrevista em abril, Eller afirmava que já havia sido dependente de cocaína, mas que conseguira se livrar do vício. "Fiz um tratamento de desintoxicação, de 1998 a 2000. Encontrei Jesus, sigo com ele, limpinha", disse então. Em seguida, contou como a droga estava interferindo em sua vida. "Estava me atrapalhando muito, a ponto de perder compromissos. Tinha criança dentro de casa, minha mulher não estava gostando. Fui eu mesma quem quis fazer, foi legal." A cantora chegou à clínica por volta das 13h. Seu empresário, Ronaldo Villas, disse que ela sentiu enjôos fortes na noite de anteontem e acordou sentindo-se mal. Os sintomas, segundo ele, seriam resultado de estresse provocado por excesso de trabalho. "Em sete meses, fez mais de cem shows", dizia por volta das 14h30. Ao chegar à clínica, Eller foi internada na unidade coronariana. Mas o empresário minimizava o fato. "Não havia quartos disponíveis. Se só houvesse vaga no Centro de Tratamento Intensivo, ela seria internada lá." A equipe médica fez três manobras de ressuscitação na cantora. Às 18h, o quadro se agravou, e Eller morreu uma hora depois. Até as 23h30, nem a família nem a clínica haviam falado com os jornalistas. Eller nasceu no Rio em 10 de dezembro de 1962. Morou em diversas cidades, acompanhando a família, pois o pai era militar. Voltou a morar no Rio na segunda metade dos anos 80. Ela estava ensaiando para show que faria na Barra da Tijuca no Réveillon. A Riotur informou que os shows de Ano Novo no Rio terão um minuto de silêncio em homenagem à cantora. Após o anúncio da morte, fãs e admiradores começaram a chegar à clínica. As cantoras Zélia Duncan e Sandra de Sá foram as primeiras amigas a ir à clínica. O ministro da Cultura, Francisco Weffort, e o deputado federal Fernando Gabeira (PT-RJ) chegaram por volta das 23h. Homossexual assumida, Eller mantinha um relacionamento de 14 anos com a companheira Eugênia. Tinha um filho de oito anos, Francisco. O pai do menino era o baixista Tavinho Fialho, morto há oito anos. Próximo Texto: Memória: Cantora era a maior voz feminina do Brasil Índice |
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