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Espectador sofreu nos anos 70
da Reportagem Local
Qualquer um que foi ao cinema
nos anos 70 deve se lembrar com
um arrepio na espinha dos curtas
que eram exibidos.
Exposições de quadros, concursos de pipa, aulas de ginástica e
biografias de poetas desconhecidos eram alguns dos temas que o
espectador brasileiro era obrigado a suportar. A maioria dos filmes era tão ruim que os cinco minutos pareciam 50.
Há uma razão para isso e ela é
dinheiro. Na primeira fase da lei
de obrigatoriedade dos curtas,
uma regulamentação previa que o
exibidor deveria pagar 5% ao produtor de curta.
Então, pensou o exibidor, por
que não faço eu mesmo os curtas-metragens e embolso os 5%?
Sem uma política que exigisse
qualidade, exibidores e produtores passaram a colocar qualquer
coisa nas telas. Havia ainda quem
aproveitava trechos de obscuros
filmes estrangeiros, fazia uma
narração qualquer sobre as cenas
e apresentava como seu filme.
Esse sistema de tortura ao espectador durou de 75 até o início
dos anos 80, quando a produção
de longas-metragens nacionais se
voltou ao sexo explícito e a lei do
curta foi esquecida.
Em 87, uma nova regulamentação definiu que os curtas passariam a ser escolhidos por uma comissão. O dinheiro arrecadado ia
para um fundo e era dividido
igualmente entre os produtores
dos curtas selecionados. O esquema acabou em 90, após o fim da
Embrafilme.
(IF)
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