São Paulo, Segunda-feira, 31 de Janeiro de 2000


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Espectador sofreu nos anos 70

da Reportagem Local

Qualquer um que foi ao cinema nos anos 70 deve se lembrar com um arrepio na espinha dos curtas que eram exibidos.
Exposições de quadros, concursos de pipa, aulas de ginástica e biografias de poetas desconhecidos eram alguns dos temas que o espectador brasileiro era obrigado a suportar. A maioria dos filmes era tão ruim que os cinco minutos pareciam 50.
Há uma razão para isso e ela é dinheiro. Na primeira fase da lei de obrigatoriedade dos curtas, uma regulamentação previa que o exibidor deveria pagar 5% ao produtor de curta.
Então, pensou o exibidor, por que não faço eu mesmo os curtas-metragens e embolso os 5%?
Sem uma política que exigisse qualidade, exibidores e produtores passaram a colocar qualquer coisa nas telas. Havia ainda quem aproveitava trechos de obscuros filmes estrangeiros, fazia uma narração qualquer sobre as cenas e apresentava como seu filme.
Esse sistema de tortura ao espectador durou de 75 até o início dos anos 80, quando a produção de longas-metragens nacionais se voltou ao sexo explícito e a lei do curta foi esquecida.
Em 87, uma nova regulamentação definiu que os curtas passariam a ser escolhidos por uma comissão. O dinheiro arrecadado ia para um fundo e era dividido igualmente entre os produtores dos curtas selecionados. O esquema acabou em 90, após o fim da Embrafilme. (IF)





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