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TELEVISÃO
Ed Banana não quer ser daqui
TELMO MARTINO
Colunista da Folha
Yes, nós temos bananas, mas
este tal de Ed Banana, da Record,
não quer ser daqui. Quer ser banana da United Fruit, nem que
seja para fingir que mora em
Miami. Tem o nome dele escrito
em neon, um casal de flamingos
pink no cenário, um mar muito
calmo ao fundo e veste um terno e
chapéu que o Máscara jogou fora
enojado. Ed Banana quer dar a
impressão de que está na Flórida.
Sofre do mesmo problema que
atormenta a Barra da Tijuca.
Tanto esforço americano para
as garotas (não houve um tempo
em que eram chamadas de macacas?) do auditório trazerem tudo
de volta para São Paulo. Só em
São Paulo garota de auditório fica de braços levantados no balançar de um aceno. Serão resquícios
do tempo em que acenavam para
os aviões do Congonhas? Mas, "in
Brazil", programa de auditório
raramente escapa dos moldes impostos por Chacrinha.
Não seria Ed Banana, tão cópia
das cópias, que iria se libertar.
Chamou até a chacrete Rita Cadillac para o júri dos calouros. Ela
está em forma. Ainda com as
bandas brancas nos pneus. Problema era aquele falso turista de
camisa vermelha que lhe deram
como colega.
Os calouros abriam a boca e logo se tornavam vítimas grotescas
de um macaco peludo e faminto.
Surrava os candidatos em vez de
comer a banana do Ed.
Uma mocinha de paletó e sutiã
que conquistou o agrado do público ganhou o troféu Banana.
Quem dá também quer. Bananas
para o Ed. Quem sabe ele encontra um destino melhor num banana-split?
E o que para "A Muralha"? Não
se sabe o tempo dramático que
passou desde o primeiro capítulo.
A melhor indicação é o silêncio
cada vez mais carrancudo de Vera Holtz diante dos absurdos
cruéis de Mauro Mendonça, o
mais assustador dos maridos.
No momento, ele persegue uma
filha bonitinha que quer casar
com um rapaz também bonitinho. Como saber seus nomes?
Talvez na próxima edição da
"Contigo". Os créditos de "A Muralha" sobem o tal morro verde
numa velocidade de andorinhas
tresloucadas. Os que o tempo não
identificou ficam emaranhados
na selva. Só se continua com a
certeza de que a autora é a mágica Maria Adelaide Amaral, com
Dinah Silveira de Queiroz na inspiração.
No vosmecê para cá e vosmecê
para lá, além de Mauro Mendonça preferir que a filha case com
um Vasco, só se sabe que Cláudia
Ohana continua sempre vestida
para matar. De repente, o vereador Sérgio Mamberti, o empenado Cecil Thiré, o feliz Pedro Paulo
Rangel, o Alexandre Borges com
o penteado quase idêntico ao da
Greta Garbo quando Rainha
Cristina e um Edwin Luisi muito
ralo em sua lourice barbuda conversam animadamente. Há uma
desconfiança de que o Gigetto já
inaugurou sua melhor mesa.
Do lado de fora dessa algazarra
passa a soturna Letícia Sabatella,
na companhia do enorme Tarcísio Meira. Logo depois está se fazendo de cristã impertinente.
"Por que os judeus Mandaram Jesus Cristo para o Calvário?" Como está cristã essa cristã nova.
Ajoelha-se no confessionário.
Quais os pecados? Namoro direto
com o Alexandre Borges. "Olha a
cabeleira do Alexandre." Olha
também o susto do padre Nachtergale. "Meu mundo é minha
fé." Enquanto isso, Tarcísio Meira
é só volume.
Já que Leandra Leal se mostra
tão decadente depois do casamento. Sábia é Alessandra Negrini, que continua ao relento.
Tudo isso enquanto L.W. Fibe
não vem.
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