São Paulo, Segunda-feira, 31 de Janeiro de 2000


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TELEVISÃO

Ed Banana não quer ser daqui

TELMO MARTINO
Colunista da Folha

Yes, nós temos bananas, mas este tal de Ed Banana, da Record, não quer ser daqui. Quer ser banana da United Fruit, nem que seja para fingir que mora em Miami. Tem o nome dele escrito em neon, um casal de flamingos pink no cenário, um mar muito calmo ao fundo e veste um terno e chapéu que o Máscara jogou fora enojado. Ed Banana quer dar a impressão de que está na Flórida. Sofre do mesmo problema que atormenta a Barra da Tijuca.
Tanto esforço americano para as garotas (não houve um tempo em que eram chamadas de macacas?) do auditório trazerem tudo de volta para São Paulo. Só em São Paulo garota de auditório fica de braços levantados no balançar de um aceno. Serão resquícios do tempo em que acenavam para os aviões do Congonhas? Mas, "in Brazil", programa de auditório raramente escapa dos moldes impostos por Chacrinha.
Não seria Ed Banana, tão cópia das cópias, que iria se libertar. Chamou até a chacrete Rita Cadillac para o júri dos calouros. Ela está em forma. Ainda com as bandas brancas nos pneus. Problema era aquele falso turista de camisa vermelha que lhe deram como colega.
Os calouros abriam a boca e logo se tornavam vítimas grotescas de um macaco peludo e faminto. Surrava os candidatos em vez de comer a banana do Ed.
Uma mocinha de paletó e sutiã que conquistou o agrado do público ganhou o troféu Banana. Quem dá também quer. Bananas para o Ed. Quem sabe ele encontra um destino melhor num banana-split?
E o que para "A Muralha"? Não se sabe o tempo dramático que passou desde o primeiro capítulo. A melhor indicação é o silêncio cada vez mais carrancudo de Vera Holtz diante dos absurdos cruéis de Mauro Mendonça, o mais assustador dos maridos.
No momento, ele persegue uma filha bonitinha que quer casar com um rapaz também bonitinho. Como saber seus nomes? Talvez na próxima edição da "Contigo". Os créditos de "A Muralha" sobem o tal morro verde numa velocidade de andorinhas tresloucadas. Os que o tempo não identificou ficam emaranhados na selva. Só se continua com a certeza de que a autora é a mágica Maria Adelaide Amaral, com Dinah Silveira de Queiroz na inspiração.
No vosmecê para cá e vosmecê para lá, além de Mauro Mendonça preferir que a filha case com um Vasco, só se sabe que Cláudia Ohana continua sempre vestida para matar. De repente, o vereador Sérgio Mamberti, o empenado Cecil Thiré, o feliz Pedro Paulo Rangel, o Alexandre Borges com o penteado quase idêntico ao da Greta Garbo quando Rainha Cristina e um Edwin Luisi muito ralo em sua lourice barbuda conversam animadamente. Há uma desconfiança de que o Gigetto já inaugurou sua melhor mesa.
Do lado de fora dessa algazarra passa a soturna Letícia Sabatella, na companhia do enorme Tarcísio Meira. Logo depois está se fazendo de cristã impertinente. "Por que os judeus Mandaram Jesus Cristo para o Calvário?" Como está cristã essa cristã nova. Ajoelha-se no confessionário. Quais os pecados? Namoro direto com o Alexandre Borges. "Olha a cabeleira do Alexandre." Olha também o susto do padre Nachtergale. "Meu mundo é minha fé." Enquanto isso, Tarcísio Meira é só volume.
Já que Leandra Leal se mostra tão decadente depois do casamento. Sábia é Alessandra Negrini, que continua ao relento.
Tudo isso enquanto L.W. Fibe não vem.



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