São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2001

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RELÂMPAGOS

A ceia

JOÃO GILBERTO NOLL

Súbito, aquilo que lhe renderia todo um livro curvou-se à areia em que ele apenas deveria pisar... Aquilo que deveria se apropriar das páginas, como de um golpe, retraiu-se... "O que houve, Zé?", perguntei-lhe com cuidado, nós dois saindo da padaria com baguetes quentinhas contra o peito, como se precisássemos delas pra seguir para o norte, lá, onde não teríamos mais que cobrir com comentários essas pausas nas quais o pensamento de um engrenava de graça na mente do outro... Ambos saíam da padaria pra comer o pão à beira do mar que norte nenhum deveria supor -mar castanho, pano de fundo daquela amizade quase em relevo sob a lua, quase furta-cor. De longe olhei o pequeno ponto em luz: o melhor de mim fugia nele... E se esvaía pouco a pouco... enfim...


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