São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2001

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Brasília celebra dez anos de pólo

MARCELO BARTOLOMEI
DA FOLHA ONLINE

Brasília começa a relembrar amanhã os dez anos de criação do Pólo de Cinema e Vídeo Grande Otelo, órgão de apoio ao cinema nacional responsável pela produção de 76 filmes de todo o país.
Para comprovar que Brasília não vive somente de política e música, o pólo tem catalogados 30 diretores e outras cem pessoas que trabalham com cinema. A capital federal mantém dois cursos de cinema _um na UnB (Universidade de Brasília) e outro na Universidade Católica de Brasília_ e uma tradição no gênero graças ao Festival do Cinema Brasileiro, que neste ano chega à sua 34ª edição.
O pólo de cinema, cujo padrinho é o cineasta Nelson Pereira dos Santos, atualmente prioriza a produção de diretores brasilienses. Somente neste ano, vai financiar parte de quatro longas e tentar exibi-los no tradicional festival, que acontece em novembro.
Pereira obteve ajuda no financiamento de "A Terceira Margem do Rio" (1992) e até hoje faz parte do conselho do órgão. "O pólo provocou uma movimentação cultural e política, agitada desde a época de seu surgimento na cidade", disse o cineasta.
Segundo o diretor do pólo, Fernando Adolfo, entre 30 e 40 roteiros de curtas e longas aguardam aprovação. "Precisamos aumentar a nossa verba."
O órgão mantém uma sede na cidade-satélite de Sobradinho, onde oferece estúdio e equipamentos e providencia transporte, hospedagem e alimentação.
Para a comemoração, foram preparadas uma mostra de filmes em 35 mm e em 16 mm com os principais representantes do cinema brasiliense, além de uma mesa-redonda que vai discutir o futuro do pólo e das políticas de incentivo no país.
Cineastas como Vladimir de Carvalho, Geraldo Moraes, André Luís de Oliveira, Renato Barbieri, José Eduardo Belmonte e Betse de Paula terão obras em exibição.
A maior homenagem do pólo, no entanto, é ao bombeiro Afonso Brazza, diretor "trash" de filmes de baixíssimo custo. Com produções policiais e de bangue-bangue, Brazza, que atua como protagonista, dirige, edita e vende as fitas, começa a ser reconhecido. Sua última produção, "Eixo da Morte", custou menos de R$ 100 mil e já foi exibida no Espaço Unibanco, em São Paulo. O filme abre a mostra de 35 mm.
Atualmente, Afonso Brazza finaliza seu novo longa-metragem, "Tortura Selvagem - A Grade". Com a ajuda do pólo, terá o maior orçamento da história de sua carreira, com R$ 220 mil.


Leia mais sobre o pólo na Folha Online (www.folha.com.br/ilustrada)



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