São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 2011 |
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Mostra resgata o melhor de Odete Lara Atriz, que trabalhou em 32 filmes entre 1956 e 1979, tem títulos importantes e raros da carreira exibidos no CCBB Intérprete afirma que, ao contrário dos boatos da época, decisão de largar a carreira não foi motivada pelo budismo DANIEL MÉDICI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Musa de sua época no cinema brasileiro, a atriz Odete Lara, 82, encerrou a carreira na tela grande de forma abrupta, em 1979, após um papel coadjuvante em "O Princípio do Prazer", de Luiz Carlos Lacerda. Mas, se deixou de emprestar seu rosto à sétima arte, isso não quer dizer que deixou de significar algo para ela. "O cinema é a minha única diversão hoje em dia. O resto é tudo déjà vu", diz. Para trazer o passado à tona, o CCBB estreia em São Paulo, amanhã, a mostra Odete Lara, Atriz de Cinema, com um recorte de 16 títulos do total de 32 que compõem sua carreira. Os longas apresentados revelam a presença de Lara em filmografias importantes, como as de Glauber Rocha ("Câncer" e "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro"), Walter Hugo Khouri ("Noite Vazia") e Nelson Pereira dos Santos ("Boca de Ouro"). Também serão exibidos títulos raros, como "Bonitinha, mas Ordinária" (1963), de Billy Davies, cuja cópia foi restaurada, e o argentino "Sábado à Noite, Cinema" (1960), de Fernando Ayala. Conhecida pela beleza, Lara se espantou com o primeiro teste que fez para a película, em 1956. "Quando me vi na tela, fiquei horrorizada. Implorei para o Abílio [Pereira de Almeida, o diretor] para que filmássemos de novo." A atriz, que começou na então recém-criada TV brasileira e tinha acabado de estrear no teatro, decidiu que seu lugar era em frente às câmeras. "Não posso ver público que sinto pânico." RETIRO Após três décadas desfrutando de intimidade com o meio cinematográfico e contabilizando mais de um filme rodado por ano, Lara deixou sua carreira de lado, tendo feito depois apenas participações esporádicas. "Eu estava cansada, queria ter mais tempo para mim, para ler, para viajar", diz. Ela desmente os boatos de que o budismo motivou seu exílio. "Na verdade, foi meu retiro que me permitiu entrar em contato com o budismo." Desde então, passou seu tempo em um sítio em Nova Friburgo, até se mudar para um apartamento no Rio. "Eu achava ele pequeno, mas hoje me parece adequado às minhas necessidades", afirma. Isolada, não sentia falta dos filmes. "Mas, quando voltava para a cidade, ouvia as pessoas comentando e morria de vontade de ir ao cinema." ODETE LARA, ATRIZ DE CINEMA QUANDO de amanhã a 12/6 ONDE CCBB-SP (r. Álvares Penteado, 112, tel.0/xx/11/3113-3651) QUANTO ingressos a R$ 4 para cada exibição CLASSIFICAÇÃO não informada Texto Anterior: Crítica: Mistura de história e ficção delirante dá novo fôlego a série Próximo Texto: Destaques da programação Índice | Comunicar Erros |
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