DA REPORTAGEM LOCAL

O júri profissional do Anima Mundi - Festival Internacional de Animação do Brasil repetiu a escolha da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood e elegeu "Father and Daughter", do holandês Michael Dudox de Wit, vencedor do Oscar 2001 de melhor curta de animação, como o melhor filme da nona edição do festival brasileiro, encerrada domingo, em São Paulo.
Com técnica de lápis sobre papel, finalizado em 35 mm, o filme narra, em oito minutos, a história de uma garota que aguarda indefinidamente o retorno do pai, depois de uma despedida entre eles.
Pelo voto do público paulistano e do carioca, o vencedor foi o norte-americano "For the Birds", de Ralph Eggleston, que trata da tentativa de um pássaro de grande porte de se juntar a um bando de pequenos passarinhos empoleirados sobre um fio de telefone.
A obra de Eggleston ficou em segundo lugar na escolha do júri profissional, que é composto por 26 especialistas em cinema.
Os prêmios oferecidos são de R$ 4.000 ao melhor filme da Mostra Oficial (de acordo com a eleição popular) e de R$ 3.000 ao vencedor pelo júri profissional.
O Anima Mundi distribuiu outras premiações pelo voto do público, nas categorias animação para crianças (o taiwanês "Aunt Tiger", de Michael Mort e Deiniol Morris, em São Paulo, e o americano "Ornaments", de Aaron Erimez, no Rio); computação gráfica (o húngaro "Sexual Life of Fireflies", de Pál Tóth, nas duas cidades); curta em vídeo (o italiano "Europa & Italia", de Bruno Bozzeto, em São Paulo, e "Sexual Life of Fireflies", no Rio); filme brasileiro ("Os Irmãos Willians", de Ricardo Dantas, em São Paulo e Rio) e vídeo brasileiro ("Crássicos da Periferia", de Marcelo Castro, em São Paulo, e "Roda de Samba", de Os 3D Mentes, no Rio).
O júri profissional elegeu o filme russo "Let's Play", de Krill Kravtchenko, como a melhor primeira obra e "One Night and One Town", de Jan Balej, da República Tcheca, como melhor vídeo.
A organização do Anima Mundi, que apresentou 361 filmes de 38 países, além de realizar palestras, workshops, oficinas e encontros com animadores brasileiros e estrangeiros, estima ter reunido 31 mil pessoas nos dez dias de festival no Rio (de 13 a 22) e 30 mil nos cinco dias em SP (de 25 a 29).
"É uma delícia ver a confirmação do nosso trabalho. O festival hoje é um monstro, que sai andando sozinho, e nós, atrás dele", diz a diretora Léa Zagury.
No Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, a exposição "Raoul Servais - O Itinerário de um Cine-Pintor", retrospectiva da obra do realizador belga, promovida pelo 9º Anima Mundi, permanecerá aberta à visitação até o dia 2 de setembro, de terça a domingo, das 12h às 18h30.


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