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CRÍTICA
Renasce o mito de Baderna
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Marietta Baderna nasceu em
Piacenza, Itália, em 1828 e foi aluna do mestre e coreógrafo Carlo
Blasis. Prodígio, estreou aos 12
anos em sua cidade natal para, em
seguida, ser figura indispensável
na companhia de dança do teatro
Scala de Milão.
No auge do sucesso na Europa,
a bailarina obedeceu à ordem da
diretiva revolucionária de não
participar da vida artística dos
teatros enquanto a Itália estivesse
sob domínio austríaco. Seu pai, o
médico Antonio Baderna, foi seu
incentivador, em uma época em
que ser bailarina era o mesmo que
escolher ser prostituta.
No livro, a passagem de Baderna pelo Rio de Janeiro é relatada
com minúcia, inclusive com intrigas vividas entre ela e as cantoras
de ópera, diretores e atores.
Corvisieri não mede a quantidade de adjetivos para descrever a
bailarina e se revela um verdadeiro apaixonado por sua história.
O cenário artístico serve de pano de fundo para falar da vida de
Baderna e da esfera política e cultural do Rio nos anos 50 e 60.
A obra está longe de ser só sobre
dança, mas comprova o quanto o
poder de uma intérprete pode trazer novos fãs a admirar essa arte.
Sem o vigor e a expressividade de
Baderna, a platéia jamais estaria
repleta de fãs que se estapeavam
por um melhor ângulo para admirá-la entre saltos e piruetas.
(KATIA CALSAVARA)
Maria Baderna - A Bailarina de
Dois Mundos
Autor: Silverio Corvisieri
Editora: Record
Quanto: R$ 28 (234 págs.)
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