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ARTES PLÁSTICAS
Tempo espanhol
Pinacoteca do Estado de SP abre hoje a exposição "De Picasso a Barceló", que reúne 103 obras de 73 artistas do país
RODRIGO MOURA
DA REPORTAGEM LOCAL
A proposta é mostrar o que a Espanha deu de melhor nas artes
plásticas no século que passou.
Depois da exposição "Esplendores da Espanha - De El Greco a Velázquez", que levou a nata do barroco espanhol ao Rio no ano passado, o público brasileiro vai se
ver cara a cara com peças que pretendem representar da maneira
mais completa o modernismo espanhol, uma das principais escolas do movimento artístico.
"Estávamos devendo uma exposição para São Paulo porque
"Esplendores" era impossível de
sair do Rio", diz a colecionadora
Frances Marinho, sobre "De Picasso a Barceló", a mostra com
ares de mega que a Pinacoteca
inaugura hoje em São Paulo
No cômputo de atrativos, são
103 peças de 73 artistas, US$ 2 milhões de custo, US$ 500 milhões
em obras, o trunfo de exibir um
acervo que nunca foi exposto em
outro país num conjunto tão
grande e algumas peças nunca
exibidas nem na Espanha -caso
da tela "Cabeça de Mulher"
(1910), de Picasso .
Frances Marinho é presidente
do Instituto Arte Viva, que organizou ambas as mostras dedicadas às artes da Espanha com o patrocínio do grupo Telefónica.
Para "De Picasso a Barceló", a
organização se baseou na coleção
do Museu Nacional Reina Sofía,
em Madri, de cujo acervo saiu a
maioria dos trabalhos expostos.
A curadora María José Salazar,
chefe de coleção do museu, conta
qual receita seguiu para organizar
a mostra, que estreou antes no
Museu Nacional de Belas Artes de
Buenos Aires, onde foi vista por
200 mil pessoas em 28 dias. "Incluímos apenas obras que fossem
representativas."
O trajeto foi dividido em três escalas: "A divisão obedeceu a três
momentos históricos distintos do
país. Num primeiro, tomamos
como ponto de partida o nascimento de Picasso, em 1881, até a
guerra civil, nos anos 30; depois
pegamos todo o período do franquismo, onde há a luta do artista
pela liberdade; por último, de
1975 para cá, com a volta da democracia, quando os artistas se
expressaram com total liberdade", explica María José Salazar.
Um dos pontos altos da exposição, segundo a curadora, é ver o
papel importante que os artistas
espanhóis exerceram sob a formação das vanguardas artísticas
do século 20. Os exemplos mais
notáveis são a gênese do cubismo
em Picasso, que deflagra o movimento em Paris com Braque, e a
participação de Miró e Dalí no
surrealismo francês, ao qual deram profundas contribuições.
De cada artista do chamado núcleo histórico -Miró, Dalí, Picasso, Juan Gris e Antoni Tapiés-,
foram incluídas mais de uma
obra; dos outros, segundo a curadora, por motivos de espaço, apenas um trabalho. Também por
questões espaciais, o último momento histórico deu espaço apenas aos artistas que trabalham de
maneira direta com a tradição.
"Não incluímos mídias como o
vídeo, a fotografia e as instalações", diz a curadora. "Destacamos os suportes mais clássicos,
principalmente a escultura."
Um artista que chega com bastante credenciais entre os contemporâneos é o maiorquino Miquel Barceló, de quem a curadoria
exibe o quadro "Estúdio das Esculturas". "É um novo Velázquez", entusiasma-se Frances.
DE PICASSO A BARCELÓ - Exposição
com 103 obras de 73 artistas espanhóis.
Curadoria: Maria José Salazar. Onde:
Pinacoteca do Estado (pça. da Luz, 2, tel.:
0/xx/11/229-9844). Quando: de ter. a
dom., das 10h às 17h; até 16 de
setembro. Quanto: R$ 5. Entrada franca
às quintas. Patrocínio: Grupo Telefônica.
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