|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Grandes artistas fazem mostra imperdível
CYNARA MENEZES
DA REPORTAGEM LOCAL
Há duas razões que fazem da
mostra "De Picasso a Barceló" um
programa imperdível: primeiro,
porque é uma oportunidade para
acompanhar a evolução da arte
contemporânea espanhola sem
sair daqui; segundo, porque não
se vêem Dalís, Picassos e Mirós
todo dia.
Está certo que não são as obras
mais conhecidas dos três grandes
artistas espanhóis. Nem poderia,
sendo o acervo do Museu Reina
Sofía -os Dalís, Picassos e Mirós
que conhecemos não estão lá. A
grande atração do museu, sem
contar as geralmente belas exposições temporárias, é mesmo o
"Guernica", mas o quadro, por
suas enormes dimensões e fragilidade, já não deixa o museu.
Em compensação, estão na exposição alguns esboços preparatórios, que permitem acompanhar em detalhes a dramaticidade
com que Picasso quis ressaltar as
dores da guerra civil. No módulo
"Picasso e Seu Entorno" também
podem ser apreciadas as pinturas
cubistas de Juan Gris, como "Violão e Compoteira".
Os Dalís mais importantes estão
em seu museu, em Figueras, ou
nos EUA, e o acervo do Reina Sofía em relação ao surrealista é bem
pequeno. A opção da curadora,
portanto, por uma peça improvável como "Quatro Mulheres de
Pescadores de Cadaqués" é muito
acertada, porque é um Dalí diferente que se vê aí.
Com Miró se dá igual, ou seja, os
quadros famosos estão em sua
fundação-museu em Barcelona,
não no Reina Sofía.
Nem só dos três, entretanto, viveu a arte espanhola, e nem só deles está composta a mostra. As
pinturas da "Equipe Crônica",
dupla de artistas valencianos da
década de 80, por exemplo, são
bastante divertidas, ao brincar
justamente com os trabalhos destes ícones, como em "Mr. Cézanne no Carrier Avinyó", uma sátira
à "Demoiselles d'Avignon", de Picasso.
Texto Anterior: Artes plásticas: Tempo espanhol Próximo Texto: Televisão: Apresentadora tem alta após quimioterapia Índice
|