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Novo do Crystal Method é eletrônico rocker
DA REPORTAGEM LOCAL
O duo norte-americano The
Crystal Method não está nem um
pouco preocupado com a "síndrome do segundo disco".
Isso porque, para eles, "Tweekend", que chega às lojas do Brasil
no próximo dia 15, com atraso de
dois meses em relação ao resto do
mundo, só pode ser "bem melhor" do que o disco de estréia,
"Vegas", lançado em 98.
"Estamos melhores e mais malvados", disse Ken Jordan, uma
das metades do Crystal Method,
em entrevista exclusiva à Folha.
Frequentemente chamado de
"Chemical Brothers dos EUA", o
Crystal Method tem feito de tudo
para divulgar seu nome por aí: de
aparições em trilhas de filmes
("Spawn", "South Park") e de videogames a apresentações em
desfiles de alta-costura, eles não
perdem uma chance de aparecer.
"Tweekend", que começou a ser
produzido logo depois da passagem avassaladora da dupla pelo
Brasil, no Free Jazz Festival de 99,
mostra que o Crystal Method de
2001 é bem outro.
"Tweekend" é mais hip hop e
menos eletrônico manjado; é
mais roqueiro, mas não menos
dançante.
"Gastamos quase dois anos neste disco e só "saímos de cima"
quando ele estava completamente
do jeito que a gente queria", conta
Jordan, pouco antes de elogiar o
público e a ótima marguerita (?)
que encontrou no Brasil.
Leia, a seguir, trechos da entrevista em que o músico descobriu
o verdadeiro nome da bebida que
virou sua cabeça nos shows de
São Paulo e do Rio.
(CLAUDIA ASSEF)
Folha - Vocês tocaram músicas de
"Tweekend" quando estiveram no
Brasil, em 99. Por que o disco demorou tanto para ficar pronto?
Ken Jordan - Falando em Brasil,
acho que nunca uma pessoa bebeu tantas margueritas no seu
país quanto eu.
Folha - Legal, mas não seria caipirinha?
Jordan - Pode ser, era uma bebida de limão, sei lá. Sei que foi tudo
fantástico. Como está São Paulo?
Lembro-me bem do público, que
foi sensacional tanto lá quanto no
Rio. O povo pulou intensamente
durante os shows, foi espetacular.
Tocamos, sim, duas músicas de
"Tweekend" ["Wild, Sweet and
Cool" e "Ten Miles Back"", mas
mal tínhamos começado a trabalhar no disco naquela época. Foi
depois dos shows no Brasil que
começamos mesmo a trabalhar
em "Tweekend".
Folha - Depois de todo o barulho
que vocês fizeram com o primeiro
disco, houve muita pressão para fazer o segundo?
Jordan - Da nossa parte foi tranquilo, porque queríamos fazer
um disco que fosse totalmente a
nossa cara. Estamos melhores e
mais malvados [risos".
Folha -... E mais funk também.
Jordan - Acho que sim. E mais
rock e hip hop também. Misturamos tudo quanto é coisa que nos
influenciou na vida, e o resultado
é "Tweekend".
Folha - Que tipo de influência pode ser encontrada no disco?
Jordan - De Led Zeppelin bem
antigo a Sly & The Family Stone,
passando por Stevie Wonder.
Mas é claro que também estão ali
referências a bandas que ouvimos
bastante no passado, como o AC/
DC, por exemplo. Acho que
"Tweekend", apesar de estar nas
prateleiras de música eletrônica, é
um disco bem rock'n'roll.
Folha - O CD, aliás, tem participações de dois ícones do rock dos
anos 90, Scott Weiland [vocalista
do Stone Temple Pilots" e Tom Morello [guitarrista do extinto Rage
Against the Machine"... Como eles
entraram no disco?
Jordan - Isso foi bem por acaso.
Eles vieram nos procurar. E, como somos fãs dos caras, aceitamos na hora.
Folha - Vocês ainda são muito
comparados aos Chemical Brothers?
Jordan - Agora um pouco menos, mas no começo era direto.
Não que isso nos tenha incomodado, porque gostamos de Chemical Brothers. Mas acho que hoje nosso nome também é forte.
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