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Especialidade do autor é filme experimental
CRÍTICO DA FOLHA
Homenageado com retrospectivas completas de sua obra
pelo Festival do Rio de 2002 e
pelo Festival de Locarno (Suíça) de 2003, além de ter curtas
exibidos em espaços nobres como o Museu de Arte Moderna
de Nova York, Carlos Adriano é
hoje uma das principais referências do cinema experimental feito a partir de materiais de
arquivo ("found footage").
Pesquisador da Cinemateca
Brasileira de 1986 a 2000,
Adriano considera que sua tese
de doutorado ("O Mutoscópio
Explica a Invenção do Pensamento de Santos Dumont")
completa "um trajeto que se esboçou de modo não muito
consciente a partir do meu terceiro filme, "Remanescências"
(1997), meu primeiro trabalho
realizado com intervenções em
material de arquivo".
O ponto de partida foram 11
fotogramas que sobraram do
que seria a primeira filmagem
no Brasil, feita por Cunha Sales
em 1897. Depois, Adriano dirigiu, entre outros, "A Voz e O
Vazio: A Vez de Vassourinha"
(1998), sobre registros de um
sambista paulista pouco conhecido, "Militância" (2002),
intervenção sobre seis lâminas
de lanterna mágica que o fotógrafo Augusto Militão de Azevedo fez para a série "As Três
Idades", e "Um Caffé com o
Miécio" (2003), sobre o cartunista Miécio Caffé.
Foi durante as pesquisas para "Militância" no Museu Paulista que Adriano vislumbrou a
possibilidade de investigar o
"objeto cinematográfico" ao
qual fazia referência o acervo
da sala Santos Dumont. Na restauração, pediu ajuda a especialistas em linguagem labial
para descobrir o que o aviador
dizia no filme, sem sucesso.
Na trilha de "Santoscópio =
Dumontagem", produzida com
grande riqueza sonora pelo editor Eduardo Mendes, ouvem-se trechos de um discurso de
Dumont em 1929 e as canções
"De Babado", de João Mina e
Noel Rosa, e "Gravidade", de
Caetano Veloso.
(SR)
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