CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local

O conjunto de 76 fotografias da série "Antropologia da Face Gloriosa", de Arthur Omar, que estava desaparecido desde a última terça, reapareceu em Recife no domingo. Os trabalhos deveriam chegar à cidade na terça para a mostra prevista para a quinta.
Sem as fotos no local na hora do vernissage, Arthur Omar decidiu pichar as paredes onde as fotos estariam expostas, algo que acabou criando certo constrangimento na comunidade local.
"As obras não vieram como carga especializada, mas como uma carga qualquer, em um caminhão sem comunicação e totalmente inadequado para o transporte de obras de arte. Sequer era um caminhão fechado, mas apenas coberto por uma lona", disse Marcos Lontra, diretor do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, que deveria abrigar a mostra.
"As obras, contudo, estão em perfeitas condições e serão devolvidas, via aérea, para o artista."
As fotografias haviam sido expostas na última Bienal, em 1998. O valor médio de mercado de cada uma delas é R$ 5.000. Segundo Lontra, o transporte das imagens do Rio para Recife deveria ter sido feito pela empresa Atlantis, que terceirizou o trabalho para a Transcarioca. "Fomos vítimas, assim como o artista."
A mostra está cancelada. "Não há clima para eu expor lá", disse Arthur Omar. "Criou-se uma situação muito desagradável que a inviabilizou", concordou Lontra.


Texto Anterior: Crítica: Kate eterniza os B-52's
Próximo Texto: Televisão: Groisman comanda pela última vez o "Programa Livre" ao vivo
Índice