São Paulo, Terça-feira, 31 de Agosto de 1999
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DO BAÚ
"The Vault... Old Friends 4 Sale" reúne músicas gravadas entre 85 e 94 para a ex-gravadora do cantor
Warner lança inéditas de ex-Prince

da Reportagem Local

Mais capítulos vêm ser adicionados ao relacionamento tumultuado de Prince com a indústria fonográfica. Acaba de ser lançado nos Estados Unidos -e chega ao Brasil em setembro, segundo sua ex-gravadora, Warner- o álbum "The Vault... Old Friends 4 Sale", que volta a chamar de Prince o homem sem nome e compila material inédito gravado por ele entre 1985 e 1994.
O que diz ele, agora declarado artista independente, sobre o disco? "Tudo no "lançamento Prince" da Warner é muito velho, datado (pré-mudança de nome). Se o Símbolo não está lá, não é o Som da Liberdade", está avisado em seu site na Internet.
Acontece que em 1994 o ex-Prince saiu brigado da gravadora -cancelara o nome em represália à Warner, tatuara a palavra "escravo" na face e até hoje luta judicialmente para reaver os direitos de seus fonogramas-, rumo ao gerenciamento independente de seu (não) nome.
A fumaça queima os olhos de seus fãs. Desde a ruptura com o estúdio, a imagem do cantor oscila entre escravo autoproclamado e morto-vivo que vendeu os próprios amigos.
Por seu selo NPG, passou a monopolizar direitos sobre vendagem -recolhendo todos os saldos, não só os 15% sobre o preço de cada CD devidos pela Warner-, chegou até a comercializar seus produtos apenas na Internet (foi o caso do álbum triplo "Crystal Ball", de 97).
Por isso tudo, apressa-se em desqualificar o disco da Warner, que, por seu lado, esquenta a fogueira contrariando o ex-contratado e o chamando, novamente, de "Prince". Mas não deixa de avisar, no encarte, que o material oferecido "originalmente era destinado apenas a uso privado" -bem, não é mais.
Quanto ao artista em si, mantém contrato de distribuição mundial com a Arista (no Brasil, representada pela BMG) desde o disco anterior, o despercebido "New Power Soul" (98).
Com a Arista, promete para novembro o lançamento de um novo álbum, "Rave Un2 the Joy Fantastic".
O disco deve ter participações especiais de Maceo Parker (saxofonista de James Brown), Chuck D. (da banda de rap Public Enemy, também em guerra com o sistema fonográfico) e as moças Sheryl Crow, Ani diFranco e Gwen Stefani (da banda adolescente No Doubt).
Fora da indústria, mas não tanto, e parodiando a canção de 1982 em que dizia "hoje à noite vamos festejar como se fosse 1999", Símbolo planeja ainda um "concerto do milênio" e uma turnê mundial para 2000.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)

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