da Reportagem Local

São questões de brigas entre "grandes", não adianta a gente querer se meter. As ranhetices de amor e ódio entre Prince e sua ex, a Warner, às vezes são até engraçadas -ele havia se qualificado "escravo" no próprio rosto; agora, a "madrasta má" responde com um CD chamado "A Cripta... Amigos Antigos à Venda". Uau.
A gente? A gente fica, como tem ficado em geral com os últimos produtos -independentes e volumosos- do ex-Prince, com material de segunda categoria.
"The Vault" nem é ruim por si só. O problema é que é colagem muito da malfeita, enfileirando gravações que não têm nada a ver umas com as outras, inclusive algumas como a quase vinheta "My Little Pill", que não parece mesmo destinada a lançamento.
Isto posto, até há coisas bacanas no disco. "She Spoke 2 Me", por exemplo, é bem bacana... mas é reciclagem da reciclagem, versão "extended" de jazz-funk que integrara a trilha sonora do filme "Girl 6" (96), de Spike Lee... mas é bem bacana.
Mais: não acredite naqueles papos de "tesouros escondidos da melhor fase de Prince", que inevitavelmente vão surgir. A melhor fase de Prince, entre o cara-de-pau "Purple Rain" (84) e o espetacular "Sign "o" the Times" (87), passa só de raspão por aqui (a mais grandiloquente é "Old Friends 4 Sale", de 85, orquestrada e cafoníssima).
"The Vault... Old Friend 4 Sale" se concentra -por quê?- especialmente no pós-92, fase em que, ao mesmo tempo, a gravadora se desinteressava pelo moço, e o moço, obcecado por quantidade, esmorecia em qualidade e se entregava ao tédio.
Se a gente não estivesse no centro dessa enrascada, até poderia dizer que eles, que são brancos, que se entendessem. Ou chamar Kathleen Turner, que na comédia de humor negro "Mamãe É de Morte", de John Waters, assassinava recicladores de lixo. (PAS)

Avaliação: