São Paulo, sexta, 31 de outubro de 1997.




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Banda abriga eruditos e universitários

da Redação

A busca por uma melhor remuneração faz com que músicos com formação erudita acompanhem artistas populares, como Zezé di Camargo e Luciano.
A pedido da Folha, a produção da dupla levantou o currículo dos músicos -e encontrou desde pessoas que estudam música clássica desde os cinco anos até membros do corpo de baile do Teatro Municipal (veja quadro acima).
Outros chegam a ter ainda formação universitária -há enfermeira, contabilista, secretária, publicitária e engenheiro.
Um músico da dupla recebe, por apresentação, entre R$ 700 e R$ 800. Pode, portanto, ganhar, em um mês, até R$ 16 mil -levando em conta que há quatro ou cinco shows por semana.
"O trabalho mais popular sempre foi mais rentável", diz Zezé di Camargo. Levando em conta que músicos de uma sinfônica da Grande São Paulo recebem R$ 350 por mês, é uma diferença grande.
"Temos na banda músicos que estudaram. Todos lêem música e têm currículos lá fora", conta Zezé. "Existe uma diversidade que traz um conhecimento musical muito grande."
Bailarinos
Desde 1994, a dupla incorporou também bailarinos ao espetáculo. Esses profissionais ganham até R$ 3.000 por mês -entre R$ 130 e R$ 150 por apresentação.
É quase o dobro do que recebe um dos maiores bailarinos brasileiros, Rui Moreira, 34, do grupo Corpo. Seu salário mensal, ele mesmo declara, é de R$ 1.800.
Sua companhia é particular. Ele cita grupos estatais, em que a remuneração é de R$ 800 mensais.
"A situação dos profissionais de dança é instável demais e muito pouco reconhecida. É um ideal", afirma Rui Moreira. (LPz)



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