São Paulo, Sexta-feira, 31 de Dezembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Fórmula de incentivo está esgotada", diz Barreto

da Sucursal do Rio


A diminuição dos recursos captados para o cinema com base nas leis de renúncia fiscal aponta para um esgotamento da fórmula, na opinião do produtor Luís Carlos Barreto. "O ciclo dos incentivos está em processo estacionário. É preciso criar um outro tipo de mecanismo, pensar o cinema como uma indústria estratégica."
Uma das alternativas, aponta Barreto, é um aumento na participação de instituições como o BNDES no incentivo à indústria audiovisual. "Um empresário como o Antônio Ermírio de Moraes não existiria se não tivesse havido uma ajuda séria do Estado. Não se pode mais pensar em formas de financiar um filmezinho, mas sim em como criar uma indústria."
De acordo com o secretário nacional de Audiovisual, José Álvaro Moisés, a participação do Estado no financiamento da indústria audiovisual vem aumentando aos poucos. "Abrimos o programa "Mais Cinema", uma linha de crédito com recursos do BNDES e do MinC (Ministério da Cultura), que deverá investir R$ 80 milhões até o próximo ano", diz Moisés.
O aumento da participação do Estado, porém, não deverá significar o abandono das atuais leis de incentivo fiscal. O MinC apresentou à comissão especial de cinema do Senado uma sugestão para que a Lei do Audiovisual -prevista para vigorar até 2003- seja estendida por mais 20 anos.
Na opinião de Regina Werner, que cuida dos projetos audiovisuais intermediados pela corretora Stock-Máxima, a lei "é perfeita". O que precisa ser criado, diz, é um fundo de investimentos em certificados de audiovisual.
Com tal medida, segundo Regina, a Lei do Audiovisual iria deslanchar porque mais empresas teriam a chance de investir numa carteira de projetos e mais produtores seriam beneficiados. Assim, cairia o risco e cresceriam as possibilidades de os filmes renderem dividendos para os investidores.
A criação de um fundo dependeria, no entanto, de uma decisão do próprio MinC. A idéia é apoiada pela Andima (Associação Nacional das Indústrias do Mercado Aberto), que trabalha atualmente na elaboração de um banco de dados sobre o andamento da captação dos projetos no mercado.
O banco, explica a gerente da área operacional da Andima, Bianca Gonçalves da Cruz, seria mais um mecanismo para dar transparência sobre o uso de recursos que deixam de entrar no Tesouro para estimular o cinema nacional.


Texto Anterior: Sem verba, cine nacional pode minguar em 2001
Próximo Texto: Público de cine nacional cresce 33%
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.