|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"O BRASIL DA SANFONA"
A nossa mais típica música da bondade
ARTICULISTA DA FOLHA
A história é digna de um
conto de Borges: foi a chegada do "sheng" chinês à Europa,
trazido pelo padre Amiot, em fins
do século 18, que estimulou a produção de órgãos portáteis, com
palhetas, incluindo o "acordeão"
inventado por Cyrillus Demian
em Viena, em 1829.
Não demorou muito até os imigrantes trazerem o instrumento
para o Brasil, onde a "sanfona" logo assumiria papel de destaque na
música popular. Até os russos
trouxeram seu "bayan" -que
não tem nada a ver com "baião",
mas virou o instrumento, por excelência, de nosso mais típico gênero musical, junto com o samba.
Foi de norte a sul, literalmente,
que a produtora Myriam Taubkin
viajou durante três anos para
montar o projeto "O Brasil da
Sanfona", reunindo artistas como
Arlindo dos 8 Baixos e Camarão,
Dino Rocha e o gaúcho Renato
Borghetti (o Liszt da gaita-ponto),
sem falar no príncipe da sanfona,
Dominguinhos, filho musical de
Sua Majestade Luiz Gonzaga.
Os dois CDs foram gravados ao
vivo; o primeiro é dedicado ao
Nordeste e Brasil Central; o segundo, a SP e RS. É uma seiva corrente da música brasileira, alimentando tanta coisa que nem dá
para dizer. Música sem máscara,
música da bondade.
(AN)
O BRASIL DA SANFONA. CD duplo.
Artista: vários. Lançamento: Selo Núcleo
Contemporâneo (www.nucleo.art.br).
Quanto: R$ 18, cada disco.
Texto Anterior: " Restauração e difusão de partituras": Caixa dá sobrevida a canções litúrgicas Próximo Texto: Dólar caro empobrece temporada Índice
|