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Música

Mark Lanegan "encontra a luz" no primeiro disco solo em 8 anos

Após largar o cigarro e as drogas, cantor apresenta voz revigorada e canções menos soturnas

Ex-Screaming Trees tem show em São Paulo programado para abril e se diz influenciado por projetos eletrônicos

CARLOS MESSIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No ano passado, o site de Mark Lanegan vendia um boneco do tipo "bobblehead", com aquelas cabeças grandes, que reproduzia a imagem do músico vestindo um terno preto, com a frase "The Night Porter" ("o porteiro da noite") inscrita na base.

Desde que se lançou em carreira solo, em 1990 -enquanto mantinha a banda grunge Screaming Trees-, o culto ao cantor sempre esteve relacionado ao tom soturno de suas canções e à sua imagem sombria.

Após um período bastante ativo com diversos projetos paralelos, o cantor se distancia dessa persona em "Blues Funeral", seu primeiro álbum solo em oito anos, que foi lançado anteontem no exterior e chega ao Brasil em abril.

No dia 14 do mesmo mês, o cantor tem uma apresentação prevista no Cine Joia, em São Paulo (a produção do show diz que o local está sujeito a alteração). Essa será a terceira apresentação no país, a primeira acompanhado por uma banda completa.

No sexto álbum, "Bubblegum" (2004), Lanegan abriu mão do "manto do grunge" e passou a experimentar com batidas eletrônicas.

Tal faceta do seu trabalho foi explorada depois em dois discos com a dupla de produtores Soulsavers e em colaborações com o DJ Bomb the Bass e o duo de trip-hop Unkle. Agora transborda por completo em "Blues Funeral".

"É difícil apontar o dedo para o que vem de onde, mas certamente todas essas experiências contribuíram com o disco novo", diz Lanegan, 47, em entrevista à Folha.

A canção "Ode to Sad Disco", que tem como referência uma faixa do produtor dinamarquês de krautrock Keli Hlodversson, pode gerar ferveção nas pistas.

Ao invés de se render a lamúrias em cinco compassos, o cantor destila o "feeling" do blues em uma sonoridade inegavelmente moderna.

"Quero apenas fazer discos que soem interessantes para mim. Se isso é tido como moderno, ótimo, pois sempre quis que tivessem uma qualidade atemporal", expõe.

VÍCIOS

Na época de "Bubblegum", quando era membro rotativo do Queens of the Stone Age, Lanegan lutava contra o vício em heroína e em álcool e deixava a nebulosa Seattle por Los Angeles.

O que certamente contribuiu com a atmosfera arrojada e nitidamente mais leve de "Blues Funeral".

Os vocais barítono também mudaram. Depois de ter parado de fumar, há três anos, o cantor aliviou o timbre rascante e demonstra flexibilidade com tons mais altos.

"Não dá para notar isso sozinho, já que escuto a mim mesmo todos os dias. Mas tenho certeza de que alguma coisa mudou", reconhece.

BLUES FUNERAL

ARTISTA Mark Lanegan
DISTRIBUIDORA Lab344
QUANTO R$ 29,90

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