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Brics devem se unir também na cultura, diz chefe da MTV China

Países querem "blocão" para frear importações de Hollywood

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Chefona da MTV chinesa, Yan Mei bate o olho numa reportagem sobre ela publicada na revista "Serafina", da Folha. Quer saber o que significa o "xing-ling" no título.

Para Mei, expressões e hábitos do Brasil são uma grande interrogação. A recíproca é verdadeira: a China é muito mais do que uma nação sob mordaça cultural do governo, diz a filha de um antigo censor e, hoje, diretora-executiva de um dos canais ocidentais pioneiros no país.

Não à toa, ela foi uma das estrelas do RioContentMar-ket, evento que discutiu o audiovisual para TV na semana passada, no Rio.

Se querem ser parceiros, Brasil e China precisam se entender. "Os chineses adoram vocês, mas o que sabem é superficial. Futebol, Carnaval. Você tem de saber mais sobre o produto. Não é como vagar pelo supermercado e escolher um a esmo", disse à Folha.

Mei participou de debate que serviu, justamente, para entender como se digere uma feijoada de cinco países tão distintos entre si, mas ligados pela economia pujante.

A sigla Brics reúne Brasil, China, Índia, Rússia e, agora, África do Sul. E, na opinião de representantes, ninguém deveria esnobar um bloco de quase 3 bilhões de pessoas (40% da população).

Só a Índia movimentou, no setor audiovisual, R$ 6 bilhões em 2011. Cofundador da Miditech, produtora de reality shows como "Indian Idol", Nirat Alva ressalta a vocação superlativa do país. "Um programa com 1 milhão de espectadores não é grande coisa."

Ex-secretário do Audiovisual, o brasileiro Silvio Da-Rin defende um "blocão" cultural. Isso traria "um gigantesco mercado potencial de consumo" e "todos os tipos de locações: praias, lagos, desertos, savanas, florestas, metrópoles..."

Ele corta uma bola levantada pelos Brics: "Não faz sentido comprarmos a vida inteira formatos hollywoodianos".

Na prática, o que o Brasil tem a oferecer? As novelas são pop. Mei diz que "adoraria levar superstars brasileiros a China". Ou tudo pode acabar em samba. "E se o Brasil reproduzir o Carnaval na China?", questiona a executiva.

A jornalista ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER viajou a convite do RioContentMarket

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