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Crítica Aventura

Filme rouba do consumidor o direito de construir universo a partir de sugestões

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

Com a proximidade do fim da febre "Crepúsculo", a chegada ao mercado de uma nova série adaptada de outro romance de sucesso formatado para o público adolescente levanta uma questão inevitável: para que serve um filme?

Ao ler um livro, temos a liberdade de construir um universo a partir de sugestões textuais, expandindo a experiência. O que acontece nas adaptações de "Crepúsculo" e agora de "Jogos Vorazes" é um roubo desse direito do consumidor e deveria ser denunciado ao Procon.

A fidelidade narrativa é mantida, guardadas as proporções da duração de um filme. As situações são representadas de acordo com sua descrição textual. Afinal, trata-se de satisfazer um público de fiéis xiitas cuja vingança seria não pagar no caso de um cabelo fora do lugar.

Entretanto, a obsessão pela fidelidade faz perder exatamente o que nos leva a devorar um livro e que depende mais dos processos mentais de quem lê do que da habilidade de quem escreve.

Transferidas para uma tela, as peripécias ficam reduzidas a um denominador comum capaz de atender ao máximo com o mínimo. Ganha-se em popularidade na mesma proporção em que se reduz a quase zero a potência da imaginação.

Nessa replicação de um produto para expandir os lucros, a escolha do termo "franquia" não poderia soar mais honesta. Sabemos que todas as lojas seguem um padrão e oferecem as mesmas mercadorias.

JOGOS VORAZES

DIREÇÃO Gary Ross
PRODUÇÃO EUA, 2012
ONDE Anália Franco, Espaço Itaú de Cinema - Frei Caneca e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO regular

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