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Quinteto Violado faz 40 anos com festa

Shows em São Paulo no fim de semana, uma exposição e livro marcam as comemorações do grupo pernambucano

De sensação na cena musical brasileira dos anos 1970, grupo se viu relegado ao cenário independente

CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um dos grupos mais originais e longevos na história da música popular brasileira, o Quinteto Violado encerra neste fim de semana, na Caixa Cultural, em São Paulo, a temporada de shows gratuitos em comemoração a seus 40 anos de carreira.

Uma exposição multimídia sobre a obra do quinteto também integra o evento, que já percorreu outras capitais.

Além disso, a trajetória do grupo pode ser apreciada na recém-lançada biografia "Lá Vêm os Violados" (Edições Bagaço), do jornalista e crítico musical paraibano José Teles, autor de "Do Frevo ao Manguebeat" (Editora 34).

Apoiando-se em entrevistas e vasto material de arquivo, Teles aborda, em sua narrativa, os 39 discos (muitos não editados em CD) e as turnês do grupo pernambucano.

Hoje, o Quinteto conta com apenas um remanescente da formação original: o violonista Marcelo Melo.

Influenciado pelo seminal Quarteto Novo (de Hermeto Pascoal, Heraldo do Monte, Théo de Barros e Airto Moreira), ao qual foi muitas vezes comparado, o Quinteto Violado estreou em disco em 1972, em meio a grande expectativa, graças a elogios do tropicalista Gilberto Gil.

"Mas o que o Quinteto Violado trazia em seu matulão para atrair tamanha atenção?", questiona Teles, logo emendando a resposta: "A música da região nordestina, mais a pernambucana, com um tempero pop palatável".

Ele observa ao longo do livro que a música do grupo nem sempre foi bem compreendida pela imprensa do eixo Rio-São Paulo. "Somente em Pernambuco poderia ter surgido um conjunto assim", acredita o autor.

Eram frequentes, por exemplo, as errôneas associações ao Movimento Armorial, liderado pelo escritor Ariano Suassuna. "Com exceção da utilização de elementos da cultura popular, nada convergia para a semelhança estética ou ideológica com os Armoriais", afirma.

De sensação na cena musical brasileira dos anos 1970, o grupo se viu relegado à produção independente nas décadas seguintes.

Nos anos 1990, o álbum "Quinteto Canta Vandré" (1997) voltou a despertar grande interesse do público no quinteto.

Bem recebido também foi o CD "Farinha do Mesmo Saco" (1999), no qual o grupo interpretou repertório de compositores da nova cena musical pernambucana, como Chico Science, Fred 04 e Lenine. Como já fazia desde 1972, o Quinteto Violado misturou, nessas gravações, tradição e contemporaneidade, imprimindo sua estética sonora. Não é à toa que continua a ser uma referência na música popular brasileira.

QUINTETO VIOLADO: UM IMAGINÁRIO NORDESTINO

QUANDO hoje e amanhã, às 19h (show); das 9h às 21h (exposição)

ONDE Caixa Cultural (pça. da Sé, 111, tel. 0/xx/11/3321-4400)

QUANTO grátis (ingressos distribuídos uma hora antes)

CLASSIFICAÇÃO livre

LÁ VEM OS VIOLADOS

AUTOR José Teles

EDITORA Bagaço

QUANTO R$ 39,90

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