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Documentário constrói galeria de tipos de convenção "nerd"

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

Por trás do frenesi causado pela presença de Angelina Jolie, Harrison Ford e afins, algo mágico ocorre nos corredores do Centro de Convenções de San Diego (EUA) todo mês de julho, quando 130 mil fãs de cultura pop aportam na cidade, muitas vezes fantasiados de seus personagens favoritos, para a feira Comic-Con.

Nos últimos anos, a convenção "nerd" tem sido dominada pelos grandes estúdios, que transformam o salão com capacidade para 6.000 pessoas em passarela de celebridades e plataforma de lançamento de blockbusters (quase sempre inspirados em personagens de quadrinhos). A fauna intrépida que celebrizou o evento acaba ficando relegada ao segundo plano.

O diretor Morgan Spurlock ("Supersize Me - A Dieta do Palhaço") faz o favor de devolver as coisas a seu devido lugar em "Comic-Con Episode IV: A Fan's Hope" (episódio 4: a esperança de um fã), cujo título faz um aceno ao do primeiro "Guerra nas Estrelas" (1977) -"Episode IV - A New Hope"-, referência -chave da cultura "nerd".

As câmeras seguem personagens envolvidos de diferentes formas com a feira, como a figurinista que cria fantasias de monstros para um disputadíssimo concurso e dois desenhistas que levam seus portfólios para serem avaliados por feras da indústria.

A galeria de personagens garimpados de 600 horas de filmagens realizadas por 15 equipes inclui ainda o garoto que pede a namorada em casamento em meio a uma palestra do cineasta Kevin Smith e o vendedor veterano de HQs preocupado com a queda nas vendas.

Intercalados com as tramas anônimas, há relatos de figuras conhecidas sobre suas participações na Comic-Con antes da fama. "Ouvi 'não' de muita gente, disseram para eu procurar outra profissão", conta Frank Miller, um dos papas dos quadrinhos, autor de "Sin City" e "300", entre outros.

"A Fan's Hope" estreou neste mês nos Estados Unidos e está disponível na loja virtual iTunes por US$ 3,99 (cerca de R$ 7,50). Spurlock resolveu fazer o lançamento on-line e em circuito ao mesmo tempo depois de o seu trabalho anterior, "The Greatest Movie Ever Sold" (2011), ser exibido em apenas 18 salas norte-americanas.

"Fiz uma divulgação tremenda, mas, quando o filme estreou, ninguém viu. Resolvi que não quero mais fazer isso. Quero que possam ver meus trabalhos em diferentes meios", disse o diretor.

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