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Sónar preserva seu instinto de vanguarda

Novidade na cena internacional, Orlando Higginbottom, do TEED, já assinou remixes para Lady Gaga e Katy Perry

Aclamado pela crítica, inglês realiza duas apresentações no festival e deve lançar seu 1º disco em junho

Stephanie Sian Smith/Divulgação
O inglês Orlando Higginbottom, da banda-experimental TEED
O inglês Orlando Higginbottom, da banda-experimental TEED

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

O Sónar SP, outro megafestival que ocupa a cidade hoje e amanhã com cerca de 50 atrações, vai levar ao Anhembi grandes nomes como Kraftwerk, Cee Lo Green e Justice.

Mas, se é para fazer jus à fama de vanguarda e de "música avançada" que são a vocação do evento importado da Espanha, o certo é dizer: o Sónar SP apresenta a banda-projeto Totally Enormous Extinct Dinosaurs e outras 49.

O nome parece ridículo, mas é para ser assim mesmo. "Ele é ridículo", enfatiza o inglês Orlando Higginbottom, 28, um dos nomes mais festejados da cena musical britânica e, ainda, nenhum álbum lançado ("Trouble", sua estreia, sai em junho).

"Esse foi o propósito. Totally Enormous Extinct Dinosaurs apareceu do nada na minha cabeça, não tenho nem que inventar uma justificativa. Na verdade, o que eu menos queria era um nome 'cool', desses de banda."

Totally Enormous Extinct Dinousaurs pode parecer um batismo bizarro, na linha The Doors, Paralamas do Sucesso, Smashing Pumpkins. Mas ele também pode ser visto como um nome inspirado.

Primeiro porque todo o gigantismo, a selvageria e o plural desembocam em um garoto só, franzino e delicado. Depois porque "dinossauro extinto" é tudo o que o som de Higginbottom, moderno e hoje bem vivo, não é.

Espécie de pós-dubstep, supereletrônico com flertes no indie e na house, é difícil ligar a sua sonoridade a uma definição. "Meu som é dance music", facilita ele.

A entrevista ocorreu por Skype, a pedido do "Dinossauro Júnior", levando em consideração que ele tocará no mesmo festival que seu bisavô eletrodinossáurico, o grupo alemão Kraftwerk.

"O Kraftwerk é mais moderno que 95% dos grupos da cena eletrônica hoje", falou, à Folha, direto do computador em que compõe.

BOM MOÇO

Às custas de alguns grandes singles, Orlando Higginbottom construiu uma boa reputação na cena inglesa em 2011, ao ser chamado para tocar no revelador festival South by Southwest e para fazer remixes para artistas pop como Lady Gaga e Katy Perry.

"Elas me escolheram para remixar. Mas nunca me ligaram para dizer se gostaram ou não", contou.

"Estou ansioso por tocar no Brasil, mais pela fama de ter pessoas musicalmente animadas do que por saber algo do país. O único contato que eu tive com o Brasil foi indo ver o DJ Marky tocar drum'n'bass", disse. "O que eu espero de São Paulo é que o tempo aí esteja quente."

O show do Dinosaurs é também visualmente interessante. A mesa de Higginbottom não se resume a duas picapes e um mixer. É uma verdadeira estação de trabalho, em que existe ainda um sampleador, uma bateria eletrônica e um teclado. "Às vezes levo um sax também", completa. E manipula as luzes. E pilota efeitos do microfone para sua voz deliciosa.

Orlando ainda se apresenta montado em personagens. No show, ele pode surgir vestido como um índio, um extraterrestre e, claro, um dinossauro. "Com um nome assim, pensei em roupas chamativas para tornar tudo mais divertido ainda. Eu e minha mãe fizemos a primeira vestimenta. Agora amigos estilistas me vestem."

O Totally Enormous Extinct Dinosaurs toca amanhã, no palco SonarVillage, e às 4h da manhã do domingo.

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