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Televisão Crítica Telefilme 'Game Change' foca em Sarah Palin nas eleições de 2008 Produção da HBO traz Julianne Moore no papel de candidata a vice nos EUA
EDITOR DE “MUNDO” A campanha presidencial nos Estados Unidos em 2008 foi a do fenômeno Barack Obama, claro, mas também foi a de Sarah Palin. Como a desconhecida governadora do Alasca foi pescada pelo Partido Republicano para ser vice na chapa do experiente senador John McCain é o tema de "Game Change - Virada no Jogo", produção do canal HBO, que vai ao ar hoje no Brasil. O filme baseia-se no livro "Game Change", dos jornalistas americanos John Heilemann e Mark Halperin, um relato saboroso e considerado fidedigno da corrida eleitoral naquele ano. O filme descarta a também interessante campanha democrata de 2008 para focar em Palin, vivida por Julianne Moore ("Ensaio sobre a Cegueira"): seu inegável carisma, impecáveis credenciais conservadoras, ataques de estrelismo e intermináveis gafes. Palin é assumidamente um produto de marketing. É selecionada após uma pesquisa no Google para ser parceira de chapa de McCain (Ed Harris, de "Pollock" e "As Horas", robótico ao tentar imitar a dificuldade do político de dobrar os braços, reflexo da tortura como prisioneiro no Vietnã). Bonita, com cinco filhos, de postura radical contra o aborto e o controle de armas, é a escolhida para "virar o jogo" e tentar fazer a imprensa parar de prestar atenção apenas em Obama. Aos poucos, suas fragilidades exasperam o chefe da campanha republicana, vivido por Woody Harrelson ("Assassinos por Natureza" e "O Povo contra Larry Flint"). As TVs prestam atenção nela, mas para ridicularizá-la. Palin não sabe o que faz o Fed, o Banco Central americano. Acha que Saddam Hussein foi o responsável pelos atentados de 11 de Setembro. Em uma de suas frases memoráveis, diz que seu conhecimento sobre a Rússia vem do fato de poder ver o país desde sua casa no Alasca. As melhores cenas do filme são as de Palin nas sessões de preparação para debates e entrevistas, carregando pequenos cartões informativos e decorando falas, como uma vestibulanda. E descontando a frustração no estafe de campanha, aos berros. No fim, foi tudo em vão, como é sabido. Na véspera de uma eleição que já se anunciava perdida, um assessor político desabafa, aliviado, na mesa de um bar: "Isso não foi uma campanha. Foi um reality show".
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