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Chico César refaz no palco disco que o lançou

Regravado ao vivo no ano passado, repertório de "Aos Vivos" (1995) gera show e DVD

MARCUS PRETO
DE SÃO PAULO

Ninguém -além de, se tanto, 50 frequentadores do underground paulistano- sabia quem era Chico César quando ele lançou o primeiro disco, "Aos Vivos", em 1995.

"Eu achava que o máximo onde chegaria era ter o público que Itamar Assumpção e Arrigo Barnabé tinham na época: tocar para, vamos dizer, um lado do Sesc Pompeia quase cheio", diz o cantor.

Bastou aquelas músicas baterem nos ouvidos da geral -público, empresários e cantoras- para que a mágica acontecesse: Chico foi tido, da noite para o dia, como uma espécie de salvador da MPB.

"Percebi que tinha uma visão muito mais elitizada da minha música do que ela realmente era. Eu era popular! Meu público não era o universitário, como eu imaginava -mas o secundarista."

Daniela Mercury, Elba Ramalho e Zizi Possi foram as primeiras a procurá-lo. A baiana gravou "À Primeira Vista"; as outras duas, "Béradêro" -todas de "Aos Vivos".

E, como uma coisa leva à outra, a ótima repercussão desse trabalho renderia ao cantor o contrato com uma gravadora maior ("Aos Vivos" saiu pela pequena Velas, de Ivan Lins e Vitor Martins), a admiração de Maria Bethânia (que passou a gravar suas músicas com frequência) e a devoção da ainda adolescente Vanessa da Mata (que, anos depois, teria em Chico um de seus padrinhos artísticos).

Também facilitaria a vida de Zeca Baleiro e Rita Ribeiro, colegas para quem seu aval foi de grande importância no começo da carreira.

Todas essas histórias voltam à tona agora, 17 anos depois da primeira edição do álbum, quando chega às lojas o pacote de CD e DVD (a edição em vinil vem em agosto) "Aos Vivos Agora". O show de lançamento acontece hoje, no Auditório Ibirapuera.

Chico refez, em três shows em setembro passado, todo o repertório do disco de 1995.

Filho de Tetê Espíndola, Dani Black participou de alguns números tocando violão, guitarra e fazendo vocais. No "Aos Vivos" original, esse trabalho ficava a cargo de Lenine e Lanny Gordin.

"Dani eu ajudei a criar. Tetê confiava tanto em mim que, quando saía, me deixava cuidando dele", lembra o cantor, que hoje é secretário de Cultura do Estado da Paraíba. "Ele agora recebe os primeiros reconhecimentos como artista. Está em momento parecido ao que eu vivia naquele 1995."

CHICO CÉSAR

QUANDO hoje, às 21h
ONDE Auditório Ibirapuera (av. Pedro Alvares Cabral, s/nº, portão 2)
QUANTO R$ 20
CLASSIFICAÇÃO livre

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