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Filme sobre vida de Violeta Parra inicia competição do Cine Ceará

Dirigido pelo chileno Andrés Wood, "Violeta Foi para o Céu" será exibido hoje no festival

Longa narra conturbada trajetória da cantora chilena, símbolo da música folclórica e da canção de protesto

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DE SÃO PAULO

O Cine Ceará começa hoje, com sotaque estrangeiro.

Após o aclamado "Machuca" (2004), o chileno Andrés Wood estreia a competição do festival com "Violeta Foi para o Céu", que entra em circuito em São Paulo no dia 7.

O longa conta a história de Violeta Parra (1917-1967), artista símbolo da música folclórica e da canção de protesto latino-americana.

Entremeada por alguns de seus maiores sucessos, como "Gracias a la Vida" e "Volver a los 17", a trama aborda desde sua infância até o suicídio.

O cineasta contou à Folha que a paixão pela biografada não veio do berço. "Eu a descobri mais velho, mas mergulhei nas suas letras e foi dali que nasceu um amor lento, mas imenso."

Foram dez anos buscando a melhor maneira de retratá-la. Para tanto, Andrés Wood se baseou em memórias escritas por Ángel Parra, filho da cantora.

"Ele nos deu toda a liberdade para criar e, por outro lado, possibilitou que nos aprofundássemos na personagem, nos direcionando para o jeito dela de falar e de compreender o mundo."

A atriz Francisca Gavilán é o rosto em que reconhecemos Violeta Parra. Sua busca para "encontrar a voz de Violeta", como define o cineasta, foi tão frutífera que ela acabou cantando no filme as músicas da chilena.

O filme não se furta a temas espinhosos da vida de Violeta, como seus relacionamentos complicados e a morte de sua filha, ainda bebê.

"Minha ideia era fazer uma conexão emocional com o público, mais do que ser um filme cabeçudo ou racional", explica Wood.

Com isso, o espectador chega ao fim do longa tão triste quanto a protagonista em seus momentos derradeiros.

PRÊMIOS

Na terra natal de Wood e Violeta, o longa-metragem já foi visto por mais de 400 mil espectadores.

Também já fez extensa carreira por festivais internacionais. Foi escolhido o melhor drama estrangeiro pelo júri internacional de Sundance, nos EUA, e Francisca Gavilán foi premiada em Guadalajara, no México, e em Huelva, na Espanha.

Entretanto, nem tudo é estrangeiro na estreia de "Violeta Foi para o Céu" por aqui.

O filme tem nos créditos uma coprodução com o Brasil, pelas mãos da BossaNovaFilms, e vai ganhar aqui uma versão em minissérie.

Serão três episódios com uma hora extra de material e uma nova estrutura. Esse conteúdo está sendo negociado para estrear ainda neste ano na TV paga.

A produtora também fechou acordo para Wood fazer uma nova ficção, ambientada em terras brasileiras, a ser rodada entre 2013 e 2014.

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