Velhos sanguinários

Os astros da série "Os Mercenários", que ganha continuação após o sucesso do original de 2010, fazem jus ao título. Famosos no passado por longas de ação, os atores/lutadores enxergaram na franquia criada por Sylvester Stallone uma segunda chance de faturamento.

Se o tema fosse música, "Os Mercenários 2" seria como um festival que reúne apenas bandas que fizeram sucesso no passado. E todos querem uma coisa: grana.

Stallone entendeu a retromania da cultura atual bem rápido. Ressuscitou seus dois principais personagens, Rocky e Rambo, e faturou alto: "Rocky Balboa" (2006) rendeu US$ 155 milhões, enquanto "Rambo" (2008) chegou a US$ 113 milhões.

Esperto, o ator, diretor e roteirista apareceu com "Mercenários" há dois anos. Reuniu especialistas em pancadaria -Jet Li e Jason Statham, além de Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger. Deu certo: faturou US$ 274 milhões nos cinemas mundiais.

Na sequência, Willis e Schwarzenegger ganham mais espaço -e a companhia de Chuck Norris, sem filmar desde 2005, e de Jean-Claude Van Damme, que sobrevivia de filmes feitos para DVD.

Willis não tem um grande sucesso em filmes de ação desde "Duro de Matar 4.0" (2007). Schwarzenegger tem a desculpa de ter andado ocupado como governador da Califórnia (2003-2010).

Já antes disso, contudo, sua carreira já não andava tão bem. "O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas" faturou US$ 443 milhões, mas os longas anteriores fracassaram: "O Sexto Dia" (2000) rendeu US$ 96 milhões, e "Efeito Colateral" (2002) só embolsou US$ 78 milhões mundialmente.

Acostumado a liderar franquias baratas de ação, o britânico Jason Statham teve um upgrade. Dos US$ 108 milhões de "Carga Explosiva 3" (2008), passou para US$ 121 milhões já arrecadados por "Os Mercenários 2" em apenas duas semanas em cartaz nos EUA e em outros países.

É bom, porém, ir armando um plano C, já que os números estão abaixo do primeiro filme.