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Reforma do Espaço Itaú divide opiniões

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os cinemas abrem, fecham, mudam de nome, e o pipoqueiro José Vicente da Silva, 81, continua o seu trabalho ali na calçada da rua Augusta.

Ele viu o Majestic abrir em 1947, fechar nos anos 1980 e, depois de um longo período ocioso, dar lugar ao que hoje é o Espaço Itaú de Cinema (antes Espaço Unibanco e Espaço Nacional), no número 1.470 da rua.

No dia da reabertura da sala, o pipoqueiro afirmou: "Se o cinema fechar de novo, eu me aposento".

Fã da pipoca de José, o ator Adriano Monteiro, 29, aprovou a reforma do local e gostou dos bancos e mesas comunitários, que "favorecem a interação".

"Estava com medo que perdesse a identidade e virasse um cinema de shopping", disse o ator.

O bancário Elcio Mendes de Paiva, 51, também ficou satisfeito: "Achei o espaço mais intimista e confortável". Já a professora Lauren Couto Fernandes, 36, frequentadora assídua do lugar, não escondia sua decepção ao chegar no salão reformado.

"Era aconchegante, minha segunda casa. Ficou inóspito, metálico e frio. Parece uma cozinha industrial", afirmou a professora.

"Eu conheci a obra de Truffaut aqui. Espero que não alterem a programação", disse ela, inconformada com as mudanças.

BELAS ARTES

O tradicional cinema de rua Belas Artes, fechado no ano passado, pode voltar à ativa. O dono, Andre Sturm, tem planos de reabrir o cinema no ano que vem, mas em outro endereço.

"É um compromisso que assumi comigo mesmo", diz Sturm, atual diretor do MIS. Para ele, os cinemas de rua sofrem de duas formas: "Quando o entorno está ruim, como no centro, o público vai embora. Quando o entorno está bom, a especulação imobiliária expulsa o cinema".

(MD)

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