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Coleção estreia com 'O Grande Ditador' e coletânea de curtas

Clássico de Chaplin de 1940 e seleção 'Dia de Pagamento' chegam às bancas no domingo

DE SÃO PAULO

Diz a lenda que Adolf Hitler sentiu "O Grande Ditador" como um duro golpe. Não é para menos. Lá estão o bigode, a baixa estatura, a verborragia, seu tom de voz, tudo reunido na figura de Adenoid Hynkel, seu equivalente patético.

O que no original provocava devoção ou medo, a depender do ouvinte, torna-se insignificante na ficção. E Charles Chaplin sabia disso.

O filme, concebido em 1940, é o primeiro volume da Coleção Folha Charles Chaplin e chega às bancas neste domingo. Simultaneamente, será lançada a coletânea de curtas "Dia de Pagamento".

Em "O Grande Ditador", tropas perseguem a população judaica enquanto o cruel Hynkel planeja dominar o mundo. Em meio às vítimas, encontra-se um sósia do tirano, um barbeiro judeu que escapa do campo de concentração e toma seu lugar.

"É meu primeiro filme em que a história é maior do que os personagens. E não há nada mais engraçado que ridicularizar os poderosos e os impostores", disse Chaplin.

Lançado em meio ao calor da Segunda Guerra (1939-1945), quando a Alemanha se impunha na Europa, o filme retrata um momento em que já era impossível ignorar a barbárie nazista.

Para Hitler, filmes eram máquinas de propaganda. Através do cinema, Chaplin ridicularizou sua intolerância.

ALÉM DO TEMPO

Já a seleção de curtas traz, além de "Dia de Pagamento", outros quatro: "Um Dia de Prazer", "Os Ociosos", "Um Idílio Campestre" e "Laços de Liberdade", finalizados por Chaplin entre 1918 e 1922.

No trabalho, no campo, no lazer ou no amor, o atrapalhado Carlitos sempre vive dificuldades e seus tropeços e inadaptações brincam com a imaginação do público.

Os filmes mostram o personagem às voltas com um patrão malvado, o mar agitado, os ricos entediados e sua mulher mal-humorada.

As diversas situações comprovam a versatilidade de Chaplin, que, além de fazer rir, provocava o espírito crítico do público ao questionar os erros do mundo.

E se o cinema ainda é uma arte voltada ao presente, as obras de Chaplin conseguem se manter além de seu tempo.

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