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Repórter documenta viagens pela África

Luís Nachbin traça perfil de personagens do continente na 2ª temporada de "Entre Fronteiras", que estreia em 9/11

Série semanal de 20 episódios do Futura traça histórias reais pela perspectiva de personagens ocultos

DOUGLAS GAVRAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um dia, Luís Nachbin largou o que fazia na Guiana para acompanhar o ritmo dos tambores de um funeral. A festa era uma homenagem a uma mulher assassinada dias antes na periferia da capital, Georgetown.

O repórter de 48 anos ficou impressionado com as cores e sons alegres daquela despedida, que logo se transformou numa oportunidade de dizer adeus a seus pais, mortos havia alguns anos.

Segundo ele, a ida ao pequeno país da América do Sul concentrou os quatro melhores dias de todas as viagens que fez desde que estreou em 2004 no canal Futura com o diário de bordo documental "Passagem Para...".

Nachbin agora se prepara para a estreia, no dia 9/11, da segunda temporada do seu "Entre Fronteiras", série jornalística em que mergulha na realidade de personagens anônimos que vivem em regiões limítrofes do mundo.

A primeira temporada da série já havia feito um recorte pelas divisas do Brasil.

Com uma câmera na mão e um continente longe das rotas turísticas em mente, Nachbin contará agora, em 20 episódios, a vida que se esconde em regiões remotas da África.

Lá, ele visitou durante o ano duas cidades-chave da Primavera Árabe, uma vila sul-africana exclusiva para brancos em pleno pós-apartheid e um ganense que conta as histórias de seu povo pelos caixões que constroi.

O piloto desses projetos de videorreportagem nasceu em julho de 1997, ao testemunhar a insólita final de um campeonato de futebol em Goa, ex-colônia portuguesa na Índia.

Nachbin descreve que naquele momento soube que deveria deixar a estabilidade do jornalismo esportivo da Globo para se aventurar em construir histórias mediadas pela perspectiva dos personagens reais que encontraria.

ENTRE OLHARES

O repórter é filho de Leopoldo Nachbin, um dos mais representativos matemáticos brasileiros, e coincidentemente nasceu próximo à fronteira entre Estados Unidos e Canadá, quando seu pai lecionava na universidade norte-americana de Rochester.

Uma de suas primeiras aventuras foi ao se mudar para Londres, no fim dos anos 1980. Nachbin trabalhou em uma casa para idosos e tudo que tinha na época cabia em um quarto minúsculo.

"Longe de casa, convivi com homens que lutaram na Primeira Guerra Mundial [1914-1918], gente que tinha histórias para contar e sentia falta de quem os escutasse."

No primeiro episódio da reestreia do "Entre Fronteiras", o repórter apresenta uma escritora egípcia que propõe uma revolução na maneira como homens e mulheres se relacionam em países árabes.

"Uma das melhores partes de se viajar sozinho é ter a flexibilidade de deixar que a realidade paute seus olhos", conta, ao se lembrar de um episódio ocorrido em sua última ida ao Quênia.

Viajando pelo país, Nachbin soube de um feiticeiro encarregado de garantir vitórias do time de futebol local -o que nem sempre acontecia.

Os próximos rumos dependem agora da inquietude do repórter e do crescimento de seu filho Sebastião, que completa hoje 24 dias de vida.

NA TV

Entre Fronteiras

Estreia da segunda temporada

QUANDO às sextas, às 19h30, a partir de 9/11, no Futura

CLASSIFICAÇÃO livre

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