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Vaga extra custa de R$ 15 mil a R$ 60 mil

Compra pode ser investimento para quem deseja valorizar imóvel, especialmente em bairros com oferta reduzida

Aquisição do espaço adicional tem de ser registrada em cartório pelas partes e transferida a novo dono

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com base em dados de órgãos como a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio) sobre o mercado imobiliário desde 1920, a Poli-USP comandou uma pesquisa que mostra a evolução do espaço reservado a automóveis nos edifícios da cidade de São Paulo.

"Na década de 1920, quem tinha carro era milionário. Isso muda à medida que a renda das pessoas vai crescendo. Assim, mais gente tem acesso aos veículos", diz Claudio Tavares de Alencar, professor do núcleo de Real Estate da Poli-USP.

A pesquisa mostra que o número de edifícios sem vagas para carros em São Paulo é muito pequeno. Em 2010, por exemplo, foram lançados 1.374 empreendimentos sem garagem, o que representou 3,7% do total de lançamentos daquele ano.

Mesmo sendo maior, a oferta de edifícios com garagem não supre a frota da cidade, fazendo com que o custo de ser dono de uma vaga seja cada vez mais alto.

ALTERNATIVAS

Para quem não pode escolher quantas vagas virão no pacote do imóvel (e não está disposto a encarar o sistema público de transporte), restam, em geral, três alternativas: a compra de uma vaga extra, o aluguel do espaço de um vizinho ou a mensalidade em um estacionamento.

Corretores e especialistas ouvidos pela Folha estimam que uma vaga extra custe entre R$ 15 mil e R$ 60 mil. "A compra pode ser um bom investimento para valorizar o imóvel, especialmente em bairros onde a oferta de vagas é reduzida", diz Gilberto Yogui, diretor-tesoureiro do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis).

Segundo Yogui, a operação só é possível caso o espaço tenha escritura própria -o IPTU também é pago à parte. De acordo com ele, os trâmites da compra de uma garagem são idênticos aos da de um imóvel, tendo de ser registrada em cartório pelas partes, e a garagem, transferida ao novo dono.

INVESTIMENTO

"Quem compra uma vaga adicional é aquela família que cresceu e mora há muito tempo em um imóvel de um bairro valorizado, como Cerqueira César, Jardins, Perdizes e Higienópolis", diz Roseli Hernandes, diretora comercial da Lello Imóveis, acrescentando que, nesses locais, o valor fica entre R$ 30 mil e R$ 40 mil.

Na zona leste, a vaga custa a partir de R$ 15 mil, segundo Douglas Vanuchi, coordenador de vendas da Pedro de Lima Imóveis. "No Tatuapé, pode chegar a R$ 30 mil", diz, citando como exemplo de compradores famílias que possuem dois veículos e adquirem o terceiro para o filho que completou 18 anos.

"A demanda por espaço é muito grande, então a vaga é um investimento", diz Claudio Tavares, da Poli-USP. "Se você tem muitos carros, tem que ter muitas vagas. O problema da cidade é a baixa oferta de transporte público na densidade necessária para atender à população."

TAMANHO FAMÍLIA

No Projeto Viver, condomínio localizado no bairro do Belém (zona leste), há 1.792 vagas, das quais 80 são locadas entre moradores, segundo a administração.

Tudo é controlado eletronicamente por meio de adesivos eletrônicos que, pregados nos veículos, registram entrada e saída e identificam o carro e à qual unidade ele pertence.

A família do analista de sistemas Antônio Manzieri usa três vagas no condomínio, uma própria e duas locadas. "O gasto é pesado, mas vivendo e guardando o carro dentro de um condomínio, estamos mais seguros", analisa.

Se a compra de um espaço adicional pesa no bolso e a negociação no condomínio não deu certo, restam os estacionamentos.

Mas a opção pode ser desanimadora: São Paulo tem a terceira maior mensalidade do país, no valor médio de

R$ 450, segundo pesquisa divulgada pela Abrapark (Associação Brasileira de Estacionamentos).

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