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Gato por lebre

Apartamentos decorados seduzem comprador, mas podem provocar enganos

Lucas Lima/Folhapress
O funcionário público Nivaldo Mortean Grande, 54, diz que o imóvel que comprou não foi o que recebeu
O funcionário público Nivaldo Mortean Grande, 54, diz que o imóvel que comprou não foi o que recebeu

DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os modelos decorados são um dos principais instrumentos das incorporadoras para conquistar os clientes. Quando bem empregados, os projetos podem ajudar o consumidor a vivenciar a metragem do imóvel, assim como suas limitações de espaço.

O problema é quando a incorporadora ou a imobiliária omitem -ou não especificam de forma clara- algumas características, a qualidade do acabamento, o que é cobrado à parte e o que está incluído no valor pago pelo apartamento.

"A principal tática de venda das incorporadoras é enfatizar os atrativos e os nomes dos arquitetos e paisagistas contratados para o projeto. O consumidor deve ficar atento à documentação da empresa e aos materiais inclusos no contrato", alerta o engenheiro Silvio Martins Filho.

A analista de importação Flavia Fornazari, 29, diz ter sido surpreendida com a entrega de seu imóvel. Segundo ela, diferentemente do que presenciou no decorado, seu apartamento em São Bernardo do Campo possuía encanamento de gás aparente. "Essa informação não constava no memorial descritivo nem nos anúncios."

Como solução para esconder os canos, ela colocou armários na cozinha e no banheiro. "Talvez eu processe a construtora, mas ainda não me decidi."

A Tenda, responsável pelo empreendimento, diz que ele está no período de garantia pós-entrega e que os problemas identificados serão devidamente resolvidos.

O funcionário público Nivaldo Mortean Grande, 54, entrou com ação contra a construtora MaxHaus, por, segundo ele, ter se sentido enganado por meio de promessas verbais e anúncios.

"A entrega atrasou, a porta não tem isolamento acústico, o 'backlight' com iluminação em vermelho não foi instalado no topo do edifício, a rede de café do condomínio não tem funcionários disponíveis e a fachada avançada nos quatro lados das duas torres também não está lá", enumera.

A MaxHaus afirma que a fachada foi executada conforme previsto em contrato e que não encontrou "qualquer especificação ou ilustração mostrando 'backlight' em vermelho no topo do edifício". Em relação à porta, diz que foi entregue conforme descrito no memorial.

Para evitar problemas ou ter mais chances de ganhar a causa em um processo, Leandro Pacifico, presidente da ABMH (Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação), diz que um primeiro passo é guardar o material publicitário do empreendimento.

Em vez de se fiar nas promessas verbais de um vendedor, o comprador deve solicitar o memorial descritivo. "Com ele é possível comparar se o que foi prometido de fato será entregue." (DV E JB)

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