São Paulo, domingo, 02 de junho de 2002

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TEMPORADA DE INVERNO

Feriado de Corpus Christi lota a cidade, e o que restava para julho deve acabar nos próximos dias

70% das casas de Campos estão alugadas

Fernando Moraes/Folha Imagem
Mesmo com a procura aquecida por casas e apartamentos para o mês de julho, ainda é possível encontrar alternativas das mais variadas, que vão de R$ 150 a R$ 2.000 a diária; há imóveis que abrigam de uma a 20 pessoas


CÁSSIO AOQUI
ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS DO JORDÃO

Na chamada Suíça brasileira, a realidade contraria a lógica científica: quanto mais baixa a temperatura, mais aquecida fica a cidade. Por isso quem quiser passar a temporada de inverno em Campos do Jordão (167 km a nordeste de São Paulo) deve se apressar: o número de boas opções para locação tende a ficar mais escasso.
Prova disso é a corrida pela reserva antecipada de imóveis para julho. "Já temos 70% de nossa carteira ocupada, e os negócios continuam de vento em popa", diz Marco Antônio Muratori, gerente da Da Vinci, uma das maiores imobiliárias da região. Segundo o corretor João Richieri, 25, "o feriado lotou completamente a cidade, e o que restava para julho deve acabar ainda nesta semana".
A administradora Ninetty Soussi Rivetti, 40, que alugou há 15 dias uma cobertura para o feriado e um apartamento para julho, confirma as expectativas do mercado. "Já é a quarta temporada que passo em Campos, mas nunca foi tão difícil alugar, ainda que com antecedência. Se fosse agora, não encontraria mais um imóvel que atendesse minhas exigências."

Preços
Mesmo escassas, quem estiver à procura de imóveis para locação ainda conseguirá encontrar opções das mais variadas. São casas e apartamentos cujas diárias variam de R$ 25 a R$ 150 por pessoa (de R$ 150 a R$ 2.000 por dia no total) e que abrigam de uma a 20 pessoas.
"Ainda é possível encontrar casas de bom padrão por preços razoáveis", comenta o promotor de eventos Vinícius Vasconcellos, 33, que alugou um imóvel para dez pessoas por R$ 500 a diária. "Por R$ 50 a mais, pode-se contratar uma diarista para arrumar a casa e preparar refeições e curtir livremente a temporada", diz.
Não é o que pensavam, na semana passada, os estudantes Lucas Fernandes, 19, e Pedro Franco, 19, após percorrer várias imobiliárias à procura de uma casa para um grupo de amigos. "Está tudo muito caro. Querem R$ 15 mil por um mês, mas estamos dispostos a pagar no máximo R$ 7.000."
O locatário encontrará grandes variações nos preços dependendo da localização e da infra-estrutura da casa, de acordo com Romeu Gobbo, 56, sócio-diretor da Romeu Imóveis. "Se for muito barato, é sinal de que o imóvel fica distante do centro e não tem confortos como lareira, piscina, quadra de tênis e churrasqueira", alerta.

Cuidados prévios
Gobbo recomenda que a locação seja feita no mínimo com 60 dias de antecedência. "O ideal é conhecer antes o imóvel a ser alugado, mas apenas um terço de nossos clientes fazem isso. No limite, é bom evitar chegar à noite, para não ter contratempos como algo não funcionando na casa."
Foi o que aconteceu com Ninetty Soussi Rivetti na primeira vez que alugou uma casa: "Além da geladeira e do pé da cama quebrados, tive de sair à procu- ra de um chuveiro elétrico, pois não havia nenhum instalado".
A administradora sugere verificar aspectos como infra-estrutura, localização e segurança do imóvel. "Quem tem filhos adolescentes, que saem à noite e chegam tarde, deve pensar em um apartamento ou uma casa em condomínio fechado. Se não puder conhecer, é melhor pedir ao corretor para fazer uma checagem das condições antes de fechar negócio."


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