São Paulo, domingo, 2 de agosto de 1998

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NOVA ERA 2
Radiestesistas deixam de procurar apenas água e agora também detectam focos energéticos nos imóveis
Modernos trocam forquilha por pêndulo

da Reportagem Local

Ela já foi chamada de rabdomancia (adivinhação por meio de varinha mágica, segundo o "Aurélio"). Hoje, é conhecida como radiestesia -ou sensibilidade a radiações.
O método milenar de encontrar água com uma forquilha (pau ou tronco bifurcado) ganhou novas aplicações e instrumentos.
Os radiestesistas trocaram a forquilha pelo pêndulo -e a área rural pelas cidades. Afirmam detectar não só a presença de água no subsolo, mas também de focos energéticos que podem atuar como fator de desequilíbrio no local.
Segundo radiestesistas, a origem dessa energia pode ser cósmica (ondas eletromagnéticas provenientes de metais e aparelhos eletrônicos, entre outros) ou telúrica (energia emanada do subsolo).

Fim do anonimato
Esses são os princípios básicos da radiestesia, que vem ganhando a cada dia mais adeptos. Desde fevereiro, a técnica teve sua divulgação intensificada com a criação da Abrad (Associação Brasileira de Radiestesia e Radiônica).
De acordo com Wu Tou Kwang, 49, cirurgião vascular do Hospital das Clínicas de São Paulo e presidente da Abrad, o principal objetivo da associação é tirar a radiestesia do anonimato.
"É uma forma de fazer uma triagem dos bons profissionais e tornar a radiestesia uma disciplina séria", afirma.
Como primeira iniciativa, já está começando a circular o "Pendulum", jornal mensal com tiragem de 5.000 exemplares e distribuição gratuita.

Energia doméstica
A radiestesia está sendo utilizada pelas pessoas para medir a quantidade de energia existente em ambientes domésticos e comerciais.
Segundo o geólogo Marcos Alves de Almeida, 53, o que determina se a carga de radiação é nociva ao homem é a quantidade de energia positiva e negativa de um ambiente.
Almeida, professor da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial) que atuou como técnico do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) durante 20 anos e hoje se dedica à radiestesia, explica esse desequilíbrio como uma reação físico-química.
No caso das energias telúricas (decorrentes de movimentos de água ou falhas no subsolo), diz ele, são emitidas radiações que, para se equilibrarem, roubam energia das células de pessoas ou vegetais.
O resultado, segundo Almeida, são pessoas mais cansadas e distraídas. "Não são coisas que acontecem de um dia para o outro. Mas, expostas a esses focos de energia constantemente, as pessoas tendem a apresentar os sintomas."
Por esses motivos, os radiestesistas recomendam mudar a cama de posição quando ela está sobre um desses focos de energia e desligar os aparelhos elétricos à noite.
As anomalias mais comuns encontradas em residências, de acordo com Almeida, são imóveis construídos em cima de dutos de água e zonas de falhas, que são planos subterrâneos que se movimentam de um lado para o outro.
Outro grupo, segundo Almeida, é o das radiações criadas pelo próprio homem, como energias emitidas pelos aparelhos eletrônicos.
As fonoaudiólogas Lisana de Rezende Spinola, 41, e Rosana Angrisani, 42, somam a radiestesia às suas atividades profissionais.
Segundo elas, formas geométricas também emitem energias que, se não estiverem colocadas em posições adequadas, podem prejudicar a harmonia dos ambientes.
Os profissionais recomendam o uso de mapas com formas geométricas diferentes para redirecionar ou eliminar o efeito de energias não-saudáveis.
(CLEIDE FLORESTA)



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