São Paulo, domingo, 04 de janeiro de 2004

Próximo Texto | Índice

SP 450

Arquitetos, paisagistas, publicitários e donos de imobiliárias mostram as melhores formas de oferecer a cidade que aniversaria dia 25

Vende-se São Paulo

LUÍS PEREZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA


Finda a contagem regressiva do Ano Novo, tem início outra: faltam três semanas para os 450 anos de São Paulo, cidade odiada na mesma proporção com que é amada. A Folha convidou, a fim de lembrar a data, arquitetos, paisagistas, publicitários e donos de imobiliárias, para responder à questão: esta metrópole, de miscigenação inigualável e gastronomia idem, ainda pode ser vendável? Afinal, também há o caos no trânsito, a poluição e a insegurança, entre outras mazelas.
Aos que responderam sim à questão, foi então lançado o desafio: oferecer a cidade com as "armas" de que dispõem, como se São Paulo fosse um superlativo empreendimento imobiliário. Os publicitários deveriam elaborar um anúncio grande, desses que levam desenho, planta baixa e resumo dos atrativos; os donos de imobiliária entrariam com o famoso classificado tipo "tijolinho". Já os paisagistas fariam sugestões de como tornar a cidade um local mais agradável para viver.
Era de esperar muita criatividade por parte dos publicitários, aos quais foi oferecida até uma página inteira de jornal. Mas, como que tragados pelo turbilhão de afazeres do final do ano passado, o que grande parte deles mais teve tempo de pensar foi justamente nos consagrados "tijolinhos". Simplesmente três agências de ponta tiveram essa mesma idéia "original" e "genial", ou seja, fazer dos "tijolinhos gigantes" uma homenagem à cidade em que vivem.

"Democratização"
"É o que está na cabeça das pessoas. Classificados são o maior grito que o cidadão comum pode dar na hora em que pretende vender um imóvel", afirma Sérgio Valente, 39, vice-presidente de criação da DM9DDB.
"É a democratização da informação. Você só precisa ser econômico na palavra e contundente no texto. Claro que, se a pessoa tem uma grande verba para investir, ela poderá produzir um grande anúncio", afirma o executivo.
Apesar de todo o caos urbano, é unânime a opinião de que São Paulo é vendável sim. "O Rio de Janeiro, que é obviamente um dos lugares mais lindos do mundo, não tem suas fronteiras cercadas. Portanto, quem está aqui é porque quer", raciocina Rodrigo Leão, redator da W/Brasil. Para ele, o argumento de venda se resume em uma frase (ou slogan): "Aqui tudo é possível".



Próximo Texto: "Cômodos" de apartamento são símbolos da metrópole
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.