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Lançamentos não seguem o ritmo das vendas em 2006
Em SP, comercialização foi 12% superior ao surgimento de novas unidades; procura é maior pelas de 2 e 3 quartos
EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS E CONSTRUÇÃO
Colocado na balança, o resultado do mercado imobiliário
paulistano em 2006 caracteriza-se por um desequilíbrio:
o número de imóveis novos
vendidos foi 12% maior que o
de unidades lançadas.
O lado correspondente à demanda é o exibido com satisfação pelos que querem dar as
boas notícias do setor. A comercialização de novos residenciais teve o melhor ritmo
dos últimos 12 anos, de acordo
com números divulgados pelo
Secovi-SP (sindicato da habitação). O número de unidades
vendidas cresceu 13,8% em relação a 2005 (veja números nos
quadros ao lado).
Mas os que preferem ver o lado vazio do copo também têm o
que alardear: os incorporadores lançaram 2,9% menos em
2006, causando desarmonia
entre oferta e procura, que pode se tornar preocupante se a
quantidade de novos empreendimentos não subir em 2007.
"Já há uma escassez de unidades de dois dormitórios, que
têm grande procura", afirma
Luiz Paulo Pompéia, sócio da
Embraesp (Empresa Brasileira
de Estudos de Patrimônio).
Os imóveis de três e de dois
quartos lideraram o ranking de
comercialização, com 33% e
32% de fatias de mercado, respectivamente.
Os quatro-dormitórios abocanharam 27%, mas, na oferta
de lançamentos, há troca de posições no pódio -o topo ficou
com as unidades de quatro
quartos (33%), seguidas pelas
de dois (32%) e de três (30%).
A disparidade entre oferta e
demanda de novos imóveis,
que fez com que parte das vendas desovasse estoques de unidades "zero-quilômetro" produzidas em anos anteriores,
encontra explicações em movimentos conjunturais distintos.
De um lado, houve "disponibilidade dobrada de crédito
imobiliário, com redução e prefixação dos juros e aumento
dos prazos de financiamento",
caracteriza Alberto Du Plessis
Filho, vice-presidente de Tecnologia e Relações de Mercado
do Secovi-SP.
Mais crédito
Assim, o financiamento imobiliário com recursos do SBPE
(Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) cresceu 89%
em relação a 2005, de acordo
com o Banco Central e a Abecip
(Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário
e Poupança) -foram financiadas, em 2006, 115 mil unidades,
totalizando R$ 9,5 bilhões.
Por outro lado, alguns fatores
intimidaram as iniciativas dos
incorporadores. "Houve engessamentos decorrentes do Plano
Diretor e da nova Lei de Zoneamento", analisa Romeu Chap
Chap, presidente do Secovi-SP.
"Caso contrário, o mercado teria feito muito mais."
Restrições impostas pela Lei
de Zoneamento que passou a
vigorar em 2005, como a diminuição da capacidade média de
ocupação dos terrenos -era
possível construir, em média,
quatro vezes a área do lote pela
legislação anterior, e esse coeficiente passou a ser dois-, elevaram os custos de construção.
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